O que se viu ontem durante a sessão da Câmara Municipal de Paulo Afonso foi um verdadeiro espetáculo de desordem e desrespeito. Um episódio lamentável que expôs, ao vivo e em cores, o despreparo da presidência da Casa para conduzir uma sessão com a seriedade e o decoro que o parlamento exige.
Enquanto os vereadores tentavam exercer seu direito de fala na tribuna, o que se ouvia era uma balbúrdia generalizada por parte do público presente interrompendo, debochando e tentando tumultuar os discursos com provocações que beiravam o desrespeito total. Mais grave ainda: a aparente anuência da presidência, que cruzou os braços diante do caos e preferiu ignorar o Regimento Interno em vez de restabelecer a ordem.
Chama atenção o fato de que, entre os presentes, havia de tudo: militantes políticos, cabos eleitorais e curiosos menos os verdadeiros interessados na pauta em discussão, que tratava de um tema sério como as rescisões. Uma mobilização claramente orquestrada pela oposição, que parece mais interessada em criar confusão do que em debater os problemas da cidade com responsabilidade.
A completa omissão da Mesa Diretora em coibir os excessos e proteger a integridade do espaço legislativo escancara uma dura realidade: a Câmara está sem comando. Não houve uma única advertência, nem a mínima tentativa de aplicar o Regimento Interno para conter os ânimos ou punir os abusos cometidos.
E agora fica a pergunta que ecoa pelos corredores da política local: como serão as próximas sessões, agora que a oposição descobriu o tamanho da fragilidade da presidência da Casa? Se a desordem e o grito vencerem o bom senso e a lei, o parlamento estará condenado à paralisia e à vergonha pública.
A Câmara Municipal não pode se tornar um circo montado ao bel-prazer de interesses pessoais e partidários. A população merece debates sérios, respeito aos vereadores eleitos e, acima de tudo, liderança firme para que a democracia não seja reduzida ao espetáculo do tumulto.