Quem se deu ao trabalho de acompanhar as sessões passadas da Câmara Municipal de Paulo Afonso e as desta noviça legislatura, notou uma mudança da água para o vinho. As sessões na legislatura passada eram um marasmo, uma espécie de disputa entre os vereadores daquela época, para ver quem era mais agradável ao prefeito Marcondes Francisco. Trocaram o papel de legisladores, de fiscais do povo, por cômodos cargos na prefeitura em troca de um silêncio tumular.
A nova composição de vereadores é a antítese da anterior. Hoje acontecem debates, cobranças à gestão municipal, denúncias na tribuna e no Ministério Público são feitas em série, graças ao empenho do ex-vereador Marconi Daniel (PT), em suma: acabou aquela coisa do amém e sim senhor para tudo o que vinha da PMPA.
Hoje temos apenas três vereadores como Eliésio Livino (MOBILIZA), Jailson Oliveira (PP) e Valmir Rocha (PC do B), que cumprem o importante papel na democracia que é o de fomentar debates. E podem exercer este papel, porque não aceitaram cargos para afilhados na gestão municipal, como a maioria dos secretários. Numa democracia tem que ter o contraditório. E isso acontece hoje na Câmara. Neste contexto, pode-se dizer que, a Câmara Municipal de Paulo Afonso não é mais um templo do silêncio, mas um parlamento na essência da palavra. Parlamento sem oposição pode ser tudo, menos um parlamento.