Opinião

PaulO Afonso (BA) - 14/06/2013

Minha Nossa Senhora

Marcos Tavares
Foto reprodução

Abro os jornais e me deparo com a novidade. O governo federal - leia-se Dilma - lança programa no valor de dezessete bilhões de reais para financiamento de eletrodomésticos aos beneficiados do Minha Casa, Minha Vida. Cada vivente pode conseguir até cinco mil de crédito em juros subsidiados e com isso comprar sua TV de última geração, seu fogão novo e uma geladeira com todos os requintes da tecnologia. É um presente sem tamanho que não consegue nem disfarçar as intenções eleitoreiras, pois é dado justamente quando a popularidade da presidente balança.
Fico impressionado como o Brasil e suas instituições toleram essa compra indisfarçada de votos com os programas bolsas e agora com essa súbita bondade governamental que quer todo mundo de casa nova. Alguém vai pagar essa farra e esse alguém com certeza será a classe média, perdida entre os sonhos de consumo da pobreza e o esnobismo das elites, como o companheiro Lula chama os mais remediados. Vai alavancar as vendas? Vai sim, que brasileiro é doido por consumo. Vai resolver o problema industrial do país? Não vai.
Não vai porque é um consumo falso, artificial, criado para dar a impressão de que não temos mais pobre e que todos merecem uma cozinha tipo Cláudia, nem que seja para cozinhar sua miséria. Nenhum país cresceu com doações nem com campanhas sociais. Arrumar empregos que gerem renda e permitam a cada um comprar o fogão que deseja, esse seria o caminho, mas o nosso bravo PT está acostumado a andar por atalhos e entra agora nessa vereda de bondade que vem das mãos de Dilma.


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