Opinião

Paulo Afonso (BA) - 02/06/2013

Um viva a insensatez

Luiz Brito DRT/BA 3.913
Foto Antonio Francisco

O governo de Brasília torrou nada menos de R$ 1,6 bilhão - três vezes o orçamento inicial – na construção da tal Arena Mané Garrincha. O mais moderno e mais caro estádio desportivo do mundo foi inaugurado com um jogo no qual Santos e Flamengo empataram e o craque Neymar derramou lágrimas de emoção, diante de mais de 70 mil pessoas que pagaram quase R$ 7 milhões - que foram parar nos bolsos de cartolas - para ver a festa. Feitas as contas o dinheiro gasto no novo estádio poderia ter sido construídas 446 clínicas de Saúde da Família, ou 20 mil casas populares, ou 244 terminais rodoviários.  Enquanto isso os hospitais estão sucateados e os cidadãos enfrentam filas em buscas de uma consulta ou de um tratamento, enquanto as escolas caem aos pedaços e a polícia, não consegue conter o aumento cada vez mais acentuado da criminalidade. Para fechar o assunto, as pessoas continuam morrendo por falta de um leito de UTI num hospital público, caso de Paulo Afonso (BA). E nada menos de 7.200 pacientes esperam na fila por uma operação de vesícula nos hospitais da capital mais moderna do mundo, que tem o mais luxuoso e caro estádio de futebol do planeta, um verdadeiro monumento à insensatez. Enquanto isso, Paulo Afonso clama por uma UTI com apenas dez míseros leitos e nada. Quem precisar de uma consulta com certa urgência, mesmo com o preço pelos olhos da cara, vai ter se deslocar para Aracaju ou Salvador, por que aqui os mais notáveis médicos, estão com a agenda cheia até agosto. O portador de deficiencia é obrigado a ficar trancafiado em casa, porque não tem acessibilidade nos onibus para se deslocar para o centro cidade, e os que moram na cidade não dispoem de rampa de acesso, salvo raríssimas exceções, para ir às compras, seja em lojas ou supermercados. O transporte coletivo dita as regras do jogo. A Locadora Aratu, por excelencia encerra seu expediente às 19 horas para o trajeto centro Bairro centenário aos sábados. Aos domingos, onibus, só pra tem a paciencia de Jó.  O valor cobrado por uma corrida de taxi do G Barbosa para o Centenário, por exemplo, oscila entre R$ 15 e R$ 20. Mas nossa gente rica faz vista grossa e faz coro a um trecho do Hino Nacional Brasileiro, onde diz: “Deitado eternamente em berço esplendido, ao som do amar e a luz do céu profundo”.

 

 

 


Busca



Enquete

Adiquirindo resultado parcial. Por favor aguarde...


Todos os direitos reservados