Opinião

Paulo Afonso - Bahia - - 06/04/2013

Dona da vida

Por Luiz Aureliano - Publicada as 07:04
Foto reprodução

Ela está presente em todos os momentos da nossa vida, a cada instante, a cada segundo, já nasce com a gente. Ela não nos larga, nos acompanha a todos os lugares, em todos os segundos. Ela domina as nossas ações, nos espreita em todas as esquinas, vive colada no nosso corpo, na nossa alma, nas nossas emoções; ela é um verdadeiro carrapato. Ela nos suga aos poucos, vai tirando nossa substancia e energia sem parar, incessantemente, ela não descansa, é infatigável. Tudo que fazemos e pensamos está limitado por ela, sem meios-termos, ela é absoluta! Nas alegrias e nas tristezas ela está presente, se aproveitando sorrateira dos nossos descuidos, nos enfraquecendo, nos fragilizando. Nos prazeres que a vida nos dá, ela
se aproveita também e nos suga, nos esfolia, nos bombardeia. Ela limita a dimensão dos nossos prazeres de uma forma total; como quem diz: cuidado comigo, não esqueça de mim, estou aqui para te levar. Ela está em todos os espaços, nos rios, na terra, no mar, no ar, nos alimentos, ela se disfarça como ninguém. Quando pensamos que o momento é de prazer e de alegria, ela pode nos surpreender e chegar; sem aviso prévio, sem cerimônia; ela realmente não descansa. Muitas vezes em situações críticas, extremas, de desespero, chegamos a invocá- la, a chamar por ela, mas ela é muito esperta, ela não atende nosso chamado, pois ela é traiçoeira, ela só vem quando bem quer, apenas para nos machucar, para nos fazer sofrer, nunca para nos aliviar. Ela vem de várias maneiras: rápida, aos poucos, lenta, cruel, sorrateira,
insidiosa, violenta, mansa, torturante, instantânea e poderosa. Não podemos nada contra ela, não adianta estribuchar, ela é imbatível, invencível. Todos, todos mesmo, sem uma só exceção que seja consegue vencê-la, derrotá-la. Ela é perfeita, completa, absolutamente democrática, atinge a todos, cedo ou tarde, mais tempo ou menos tempo ela vem, sem falta, e o pior é que ela nos machuca das formas mais absurdas, sem nenhuma lógica ou compreensão, invertendo a ordem natural das coisas, da natureza, carregando consigo tudo que temos de mais precioso, de caro, arrancando pedaços de nós que nos doem para sempre, deixando cicatrizes que não fecham nunca. A partir daí a nossa vida começa a perder o sentindo, fica sem rumo, perdemos o prumo, o norte, o sentido e a razão de tudo; fica difícil sobreviver. Começamos a partir daí a andar meio mancos, desorientados, perguntando a razão disso tudo, será que tem que ser assim mesmo? Não concordo e não aceito, é muito cruel. Ela leva as nossas partes, pouco a pouco: avô, avó, pai, mãe, irmãos e até filhos, às vezes alguns amigos. É incompreensível e
insuportável. Venha Morte! Um dia a gente se encontra!


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