Opinião

Paulo Afonso (BA) - 23/02/2013

Procura-se um miserável

Marcos Tavares
Foto reprodução

Como no baião de Luiz Gonzaga, Fernando fez o projeto e Lula realizou. Começou tucanamente com FHC esse programa de bolsas, já nominado diversas vezes, mas sempre com o mesmo tom. É uma esmola para mitigar a fome. Lula explorou-o às últimas consequências e com isso elegeu Dilma como elegeria Tiririca fosse ele - o Lula - mais bem-humorado. Dilma continuou, agora aumenta o alcance dessa campanha e avisa que quer acabar com os miseráveis, raça antiga, secular, bíblica. Para isso, ela vai investir um pouco mais no bolso de quem ganha R$ 70,00 por alma, e essa festa custará aos trabalhadores nacionais a modesta quantia de R$ 1 bilhão.
Nada contra a bolsa. Tudo contra sua forma. É um programa sem saída que dá as espinhas do peixe sem ensinar a pescar. Falta aos diversos programas da bolsa o alcance social de formar uma nova geração que não precise mais de bolsa, que queira emprego em lugar de esmola. Isso não faz parte nem da ladainha de FHC, nem de Lula e muito menos de Dilma que troca ações efetivas como a transposição de águas do São Francisco por uma moeda a mais na mão do Nordestino, o grande eleitor do bolsa.
Temo por esse Brasil sempre à beira do precipício. Como vamos criar um novo país com renda de 70 ou 60 e poucos reais? Como vamos fazer um país novo sem escolas, sem energia, sem água e sem programas? Vamos terminar uma grande Cuba onde não se morre de fome, mas igualmente não se morre de gula, com tudo medido e regrado, inclusive a liberdade de falar. Evoquemos outra vez Gonzaga na sua inspirada canção: "A esmola que é dada/a um homem que é são/ou lhe mata de vergonha/ou vicia o cidadão."


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