Opinião

Paulo Afonso - Bahia - - 17/09/2012

Para a oposição: 2 + 2 não são quatro

Fábio Almeida
Foto Divulgação

A semana passada os eleitores de Paulo Afonso foram surpreendidos com a retirada da candidatura do Vereador Gilson Fernandes (Partido Social Brasileiro-PSB) à Prefeitura deste município. Esta notícia trouxe à tona algumas realidades que foram reveladas sobre o panorama eleitoral, do pleito à disputa majoritária local.

 Bem, a primeira conclusão a que qualquer um pode chegar, é que a candidata Sônia Caires (Partido Comunista do Brasil-PC do B), de fato, estava mais bem colocada que o candidato do PSB. Talvez, por isso ele não tenha aceitado o desafio da candidata, em fazer uma pesquisa antes do registro da candidatura, para não ser, obrigatoriamente, o vice de Sônia Caires. Mais cedo ou mais tarde, sua rejeição acabou sendo revelada.

 Com certeza Gilson se arrependeu e muito em sair candidato, pois agora nem é candidato a vice, nem a vereador, o que o levará a sair do cargo político, ao menos durante os próximos quatro anos.

 E o que dizer de Marquinhos do Hospital? Este não acrescentou em nada a campanha de Gilson, por ser considerado um dos pontos negativos da chapa majoritária. Foi ele que rompeu com o Democratas- DEM, por ser infiel ao partido, quando exercia a suplência do mandato do Vereador Petrônio Nogueira, levando-o a perder a cadeira na Câmara Municipal.

 Terceiro, a retirada da candidatura de Gilson Fernandes também retrata a fragilidade do Partido Progressista-PP, dirigidos na região pelos Negromontes. Os Deputados, Federal Mário e Estadual Mário Júnior, ficaram sem opções para lançar um nome próprio e tiveram que engolir Gilson Fernandes (PSB), obrigando seus correligionários a ter que aceitá-lo. Mas a relutância foi tamanha, que gerou um racha no partido, levando muitos filiados e até candidatos a vereador, a apoiar veladamente Sônia Caires (PC do B).

 No fim, não deu outra, o PP ficou sem opção própria, agora sem candidato e se viu obrigado a se render ao aliado de outrora, Raimundo Caires. Jamais vi tanta incoerência. Em 2004, o PP dos Negromontes apoiou Raimundo Caires, depois rompeu com o governo durante a trágica gestão do ex-prefeito, quando passaram a criticá-lo duramente, mas agora marcham juntos para uma derrota que parece verossímil.

 Quarto, para a surpresa de todos, o candidato Silvio Pero (Partido Social Democrata Cristão-PSDC), na última pesquisa eleitoral ficou em terceiro lugar, demonstrando que a rejeição de Gilson Fernandes (PSB) e do PP é muito grande.

 Outra análise que deve ser feita, é a adesão dos eleitores do PP e PSB a candidatura de Sônia Caires-PC do B. Ouvi de alguns eleitores do PP, que residem na zona rural, que não iriam votar na mulher do candidato ficha suja, referindo-se a Sônia Caires.

 Este sentimento reflete que o fato de Gilson ter retirado a candidatura e declarar apoio a candidata Sônia Caires não redunda em soma de votos. O eleitor, principalmente aquele ético e fiel aos seus princípios, está cada vez mais atento a manobras espúrias e eleitoreiras, e certamente não aceitará essa união.

 O atual quadro eleitoral se apresenta mais favorável ao candidato a reeleição Anilton Bastos (Partido Democrático Trabalhista-PDT) e ao contrário do que a oposição imaginou, a união em torno de Sônia Caires irá dividir os votos de Gilson Fernandes, fazendo aumentar a vantagem de Anilton Bastos sobre seus opositores.

 Este pleito caminha para a maior diferença de votos de todos os tempos, entre o candidato eleito e o segundo colocado.

 

Por  Fábio Almeida


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