Uma cena que a cada dia tem se tornado mais comum em Paulo Afonso é a grande quantidade de cães desfilando nas ruas, especialmente onde existem restaurantes e lanchonetes. Privilegiados com um super faro, os indesejados visitantes são atraídos pelo cheiro da comida, com a certeza de que receberão as sobras do cardápio do dia.
Nos setores de carne dos mercados Ceapa, Ceasa e Feirinha o cenário não é diferente; os animais disputam espaço com os clientes que tentam se desviar para não serem mordidos.
O fator agravante da situação que ainda parece estar muito longe do fim é que, a maioria desses animais apresentam sinais de Leishmaniose Visceral Canina, uma doença grave conhecida popularmente como Calazar. Causada por um parasita, o protozoário do gênero Leishmania, por meio da picada do mosquito-palha (um inseto flebotomíneo), a doença atinge o sistema imunológico dos cães, podendo levar ao óbito.
Especialistas em saúde alertam que, por se tratar de uma zoonose, o Calazar pode ser transmitido de animais ao ser humano. No caso dos cães, a doença não tem cura, mas pode ter seus sintomas amenizados mediante tratamento. Já nos seres humanos, é curável (fonte: doglife.com.br), mas ainda vale o velho ditado: ‘e melhor prevenir do que remediar’
No dia 07 de junho, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal, para tratar da Política Pública Municipal de Defesa Animal, a promotora de Justiça Regional Ambiental de Paulo Afonso, Luciana Khoury lembrou que em 2017 foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta para que o Município adotasse as medidas de castração de animais de rua, além dos que pertencem à população de baixa renda. Outras medidas previstas no TAC seriam a realização de ações de educação ambiental, campanhas de adoção e de apoio à ONG ARDAP, que atua na defesa da causa animal. Na oportunidade, o Município de Paulo Afonso se comprometeu a realizar 1.500 castrações anuais, porém, a Administração Municipal informou que, por motivo de atrasos na realização das castrações, esse ano está sendo aberto credenciamento para clínicas veterinárias, com o objetivo de realizar a castração de três mil animais. O valor total do investimento é de R$ 1 milhão.
A iniciativa é importante para barrar o crescimento da população canina, porém, é necessário adotar medidas urgentes para retirar das ruas os animais já infectados.