A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) irá implantar 12 parques eólicos em vários estados do Nordeste até janeiro de 2016. O projeto, que demandará investimentos da ordem de R$ 1,16 bilhão e que será realizado em parceria com outras empresas, foi anunciao após o leilão A-3 realizado pelo Governo Federal e arrebatado pela estatal. Quando os parques estiverem em plena operação, é esperada uma geração de energia de 338 megawatts (MW) de potência, suficiente para alimentar um milhão de casas populares. Em outras oportunidades, a empresa já havia arrematado 633,6 MW em investimentos eólicos anteriores, fazendo com que a Chesf possua 971,6 MW de potência para este tipo de energia. O montante representa cerca de 10% da capacidade de produção da empresa, estimada em 10 mil MW.
Os parques que serão implantados pela companhia ficarão localizados no Nordeste, sendo quatro em Pernambuco, dois na Bahia e seis no Piauí. De acordo com o assessor da superintendência de Projetos e Construção de Geração da Chesf, Manoel Andrade, o investimento da empresa em parques eólicos é o primeiro passo para diversificar a geração de energia da Chesf, hoje concentrada nas usinas hidrelétricas. “A empresa precisa crescer. A energia eólica é uma oportunidade de expansão no Nordeste, região em que há pequenos recursos hidrelétricos ainda disponíveis”, declarou Andrade ao JC Online.
O investimento nas chamadas “usinas de vento” também será beneficiado pelas secas que castigam o Nordeste todos os anos. É justamente no período de falta de chuvas que os ventos são mais fortes na Região, fato que deve aumentar a produção de energia dos parques e correlacionar os dois tipos de geração de energia. Atualmente, a Chesf possui apenas um parque eólico em operação, localizado em Sento Sé, na Bahia, e que produz cerca de 90MW. Em Pernambuco, os parques serão construídos em parceria com a empresa PEC Energia Ltda., com sede em São Paulo. No Piauí, as empresas parceiras serão a Salus Flip e a Contour Global. Além disso, duas Sociedades de Propósito Específico (SPE’s) também participam da sociedade no estado piauiense: a Ventos de Santa Joana e Ventos de Santo Augusto.
O leilão A-3, realizado pelo Governo, teve como propósito encontrar as melhores ofertas de preços baseados nos projetos existentes para os empreendimentos. Com isso, as empresas que possuem o menor valor de venda de energia vencem as licitações e firmam compromisso em construir os projetos dentro do prazo estipulado. Um outro leilão do tipo foi realizado em agosto, onde foram contratados cerca de 1,5 mil MW de capacidade para parques eólicos. Em 2013, o preço de cada MW foi de R$ 124,00. Em 2012, o preço era de R$ 80,00, um aumento de R$ 44,00 entre os dois anos. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o aumento no preço do MW contratado se deve à quantidade de energia eólica negociada, maior do que os números esperados pelo setor.
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