Diante dos últimos desfechos ocorridos acerca da política de Paulo Afonso, principalmente com o anúncio de apoio do deputado federal Bacelar (PV) à pré-candidatura do Vereador Marconi Daniel para prefeito nas eleições deste ano, cuja atitude tardia não agradou boa parte da população local, que sabe que uma terceira via à essa altura do campeonato, só beneficiaria o atual prefeito, o que denota uma aparente jogada política, diga-se de passagem, perigosa para ambos os parlamentares, principalmente para o deputado, que vinha em ascensão desde as eleições de 2018, sob apoio de figuras políticas que compunham seu grupo.
Mas, para entender tudo o que levou o deputado Bacelar a se manifestar de tal modo a criar um novo movimento no tabuleiro de xadrez político, com peças já bem movimentadas, a redação do nosso site buscou conversar com uma dessas peças que até então tinha tomado um rumo diferente daquele que ainda nem sequer havia sido traçado pelo líder do grupo, o Paulinho Santos, conhecido também como ‘Paulinho da Igreja’, que conversou brevemente com nossa redação, expressou seu sentimento com relação ao atual cenário.
Ele que tem despontado no cenário político pela sua trajetória político-social, tendo obtido quase 700 votos em sua primeira candidatura a vereador (no ano de 2020), Paulinho está presente em diversos segmentos da sociedade, liderando movimentos por causas sociais, como a dos direitos dos animais, pela paz, pela segurança pública, pela cultura, entre outras, participando de entrevistas e transmitindo ao povo segurança por suas palavras, diga-se de passagem, eloquente e retórica. Atualmente, Paulinho está como presidente do Conselho Municipal de Cultura e é membro do Comitê Municipal pela Paz.
De forma exponencial, é notório o crescimento de Paulinho e, entre os pretensos candidatos a vereador por Paulo Afonso, é quem hoje tem reais chances de vitória, podendo ocupar uma das 17 vagas no Legislativo.
Contudo, por fazer parte do grupo do deputado Bacelar, face aos últimos acontecimentos, ao ser perguntado o porquê de ele ter tomado uma decisão individual de apoio ao pré-candidato a prefeito, Mário Galinho, ele disse:
“Caro Bob, a política é muito dinâmica, mais do que qualquer outra coisa, é impressionante! Dormimos com uma realidade e acordamos no outro dia com outra totalmente diferente! Para o eleitor, é um viés incompreensível, para nós, uma questão de construção de algo.
No entanto, eu posso dizer que, quando percebi que Bacelar havia permitido polarizar, internamente, entre duas vias possíveis de candidatura à majoritária (Anilton e Marconi), mesmo tendo ouvido a mim e aos outros pré-candidatos a vereador do grupo, se estendendo por muito tempo sob alegação de que ainda não era tempo de decidir – quando, no entanto, ele não queria desagradar a um e ao outro – aquilo comprometia as alianças necessárias para um crescimento eleitoral meu, preso a uma incógnita!, aí então, conversei com o deputado, o consultei e o informei sobre minha inclinação a apoiar Galinho, pois tratava-se de uma convicção pessoal e comunitária (pois ouvi muitas opiniões nas áreas urbana e rural) de que o projeto de reconstrução de Paulo Afonso, neste momento, inevitavelmente, precisava trilhar um caminho novo, com um protagonista que precisava ser testado, trazendo novas ideias e perspectivas, coisa que não encontrei nos outros pretensos candidatos. Ele disse que achava cedo, mas que se era para o meu crescimento eleitoral, não tinha problema, ele consentia”.
Ao ser perguntado sobre o que ele achou da posição do deputado quanto à escolha do vereador Marconi para candidato a prefeito, ele respondeu:
“Confesso que fiquei confuso, pois na última conversa que tivemos em janeiro deste ano, o deputado disse que uma terceira via só favorecia o atual prefeito e que não era esse o intuito dele, mas fortalecer os pré-candidatos de sua base. Acontece que, nos últimos dias, como todos já sabem, a decisão tomada foi o inverso dessa realidade, o que me deixou até perplexo!
Na minha opinião, qualquer pessoa tem o direito de disputar uma eleição, seja ela para prefeito ou para vereador, mas neste caso, dadas as circunstâncias, quando não somente nós pré-candidatos, mas a maioria da população clama por mudança, qualquer movimento contrário à ideia de favorecer-mos quem tem todas as chances de realizar este feito – neste caso, Galinho - pode atrapalhar qualquer conjuntura que projete o município para a sua nova perspectiva de reconstrução. Mesmo assim, acredito que a estrada percorrida por Galinho foi bem pavimentada até aqui; acredito piamente que a política local já está polarizada.
Entretanto, acho importante frisar que em 2022, não houve votos e apoio de um pré-candidato apenas, direcionados a Jerônimo, a Lula e ao deputado Bacelar, pelo contrário, principalmente a expressiva votação e Bacelar aqui foi fruto de um conjunto de fatores e de pessoas que o credenciaram e o credibilizaram para representar os interesses da população pauloafonsina. Para mim, qualquer fala contrária pode ser considerada pretensiosa e soberba.
Quanto ao partido no qual vai disputar as eleições em 2024, Paulinho disse que está avaliando e calculando minuciosamente qual a melhor conjuntura que lhe permitirá disputar o cargo a partir do alinhamento ideológico de cada partido com suas convicções e com o governo estadual, federal e com Galinho.
A postura do pré-candidato Paulinho da Igreja deve refletir em apoiadores do atual pré-candidato Mário Galinho, naqueles que comungam do mesmo sentimento de transformação do cenário atual e dos que ainda se encontram indecisos. No entanto, se o peso de uma liderança política poderia determinar os rumos da política local, até agora, esse fator não alterou praticamente em nada o jogo que já foi iniciado.
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