Ao ver imagens de um grupo de manifestantes bolsonaristas, vestidos de verde e amarelo, agredindo enfermeiras e profissionais de saúde que protestavam por melhores condições de trabalho, em frente ao Palácio do Planalto no dia 1º de Maio, pensei: como permitimos que a extrema direita sequestrasse nossos maiores símbolos nacionais?
Os símbolos do nosso País, a Bandeira o Brasão o Selo e o Hino Nacional, constituem a marca pétrea que representam o Brasil em todo o mundo, nos identificando como nação e como cidadãos Brasileiros que partilham uma mesma terra e uma mesma língua.
A verdade é que a intolerância de um grupo sequestrou um símbolo nacional. Uma ideologia nefasta que se apropriou de uma bandeira como se fosse sua, e se escondendo no nacionalismo vazio, passou a usá-la para reivindicar valores pouco republicanos.
A maioria dos perfis da extrema direita nas redes sociais tem nossa bandeira como marca registrada, o hino nacional virou trilha sonora de passeatas que pedem intervenção militar e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Isso faz parte de uma estratégia sofisticada, pois permite uma suposta divisão da população entre patriotas de um lado e inimigos da pátria de outro. Com isso, abrimos mão do debate sobre patriotismo.
Ao nos afastarmos dos símbolos, facilitamos o trabalho da extrema direita, a qual busca estabelecer uma falsa dicotomia entre cidadãos verdadeiros e aqueles menos comprometidos com a nação.
Entre as inúmeras tarefas que temos pela frente, uma delas será a de recuperar esses símbolos nacionais, voltando a dar-lhes seu verdadeiro sentido de diversidade e respeito. Como também respeitar a pluralidade de opiniões no processo político.