Por decisão unânime dos conselheiros na sessão desta terça, o Tribunal de Contas da Bahia (TCE/BA) determinou a instalação de Auditoria Especial nos contratos do Instituto Cathedra e da Fundação ADM.
Eles foram fechados com o Governo do Estado entre 2013 e 2016. A decisão do plenário teve como base uma série de indícios de graves irregularidades apontadas pelos auditores na Bahia Pesca.
Também foram levadas em conta as denúncias envolvendo as duas entidades, publicadas em grandes veículos de comunicação a partir de matéria do Diário do Poder.
A maioria dos contratos foi firmada com a Bahia Pesca, responsável pelo desembolso de R$ 9,7 milhões ao Instituto Cathedra e R$ 13,3 milhões à Fundação ADM.
No período foram gestores da empresa Cássio Ramos Peixoto, ex-braço direito do Conselheiro do próprio TCE Mário Negromonte; Gilvan dos Santos Lima e Dernival Oliveira Júnior.
Ficam sobrestados os julgamentos das contas da Bahia Pesca de 2014 a 2016 até que os auditores concluam os exames dos contratos do Instituto Cathedra e da Fundação ADM.
Todos os denunciados são ligados ao Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios e ex-ministro de Dilma Mário Negromonte. O escândalo mostra negócios nebulosos e ricos do PP-BA junto à gestão do Governo do Estado.
O Instituto Cátedra, administrado por militantes e dirigentes do PP da Bahia, que emprega parentes dos políticos do partido, ganhou contratos com o governo que somam R$ 28,6 milhões no período.
Seis destes contratos foram firmados com a Bahia Pesca, controlada por aliados de Mário Negromonte. Cássio Peixoto era o braço direito de Negromonte no Ministério das Cidades.
Quando fechou o primeiro contrato com a Bahia Pesca, a Cátedra tinha apenas dois meses de criada e já era declarada de utilidade pública via projeto de lei do deputado estadual Mário Negromonte Jr.
A sobrinha do vice-governador João Leão, Karine Pepe Sousa Leão, uma das contratadas do Cátedra, é casada com Tiago Cavalcanti, diretor da secretaria atual de Cássio Peixoto, a de Recursos Hídricos.
Ela ainda ganhou bolsa de estudos da Assembleia Legislativa destinada a “estudantes carentes”. Depois de muitas denúncias, a Cátedra foi substituída pela Fundação ADM. Um dos contratados dela é o irmão do ex-ministro, Agnelo Mendes Negromonte. Outra é Karine Leão.
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