Os policiais civis da Bahia continuam denunciando problemas com o pagamento dos salários e horas extras. O Sindipoc, sindicato da categoria, muitos policiais ainda não receberam as horas extras referentes a plantões extraordinários do Réveillon, da Operação Verão de Janeiro e do Caranaval, na capital e no interior.
Ainda de acordo com o Sindpoc, alguns policiais, entre eles investigadores, escrivães e delegados, não receberam sequer o pagamento do salário de fevereiro. Diante do que consideram descaso, a categoria está se mobilizando em todo estado para iniciar uma "operação padrão" a partir da próxima semana.
Essa operação se traduz em cumprir a lei ao pé da letra, seguindo rigorosamente as determinações em todas as tarefas. Isto torna os serviços mais lentos e, em alguns casos, vai parar completamente o trabalho, porque são setores onde o policial cumpre funções que não são suas.
O sindicato cita como exemplos o policiamento em viaturas sem condições de uso (com pneus gastos, freios deficientes, etc), utilização de coletes e munições vencidos, trabalho em ambientes insalubres, entre outros. "A medida é necessária diante da recorrente indiferença com que o Estado vem nos tratando".
“Desde janeiro estamos enfrentando problemas para receber salários, horas extras e até alimentação e transporte. A cada mês o setor de RH informa que o problema será sanado no próximo mês, o que não ocorre e com isso o prejuízo do servidor vai aumentando.”, conta um diretor.
"Alguns policiais já acumulam perdas de quase R$ 10 mil entre horas extras, salários e demais vantagens”, completa um policial. Muitos relatam já ter recorrido a empréstimos para honrar compromissos como aluguel e a escola dos filhos.
Os policiais afirmam que, se até o final de março, com a "operação padrão", ainda assim o Estado não sanar todos os problemas com pagamentos, eles podem tomar medidas mais extremas, como uma greve geral.