Opinião

Paulo Afonso - Bahia - - 20/01/2013

Meia gravidez

Da redação
Foto Reprodução

A nova prefeita de Jeremoabo, Anabel Carvalho de Sá, começa a sua gestão, como o fazem quase todos os outros em todos os tempos, anunciando medidas moralizadoras na administração municipal. Uma delas ainda em fase de estudo é a exoneração de servidores ocupantes de cargos comissionados, aqueles nomeados sem a prestação de concurso público e sem comprovação de competência, meramente indicados por padrinhos políticos. Sua excelência sabe muito bem que isso vai terminar em nada, pois ao longo do seu mandato logo, um a um, todos os cargos estarão ocupados de novo, pelos mesmos critérios de antes. Só a extinção dos cargos pode evitar  isso. Não se corta gastos com pessoal apenas exonerando servidores, mas extinguindo cargos. A prefeita Anabel fez ao contrário, não demitiu uma alma sequer, e ainda por cima criou novas secretarias como a do Meio Ambiente, ocupada pelo irmão, o advogado Antonio Arquimedes.  

A nova prefeita prestaria um grande serviço à sua cidade se começasse o quadriênio fazendo um completo levantamento das reais necessidades do município no que tange a pessoal. Identificando onde sobram e onde faltam servidores, será fácil chegar a um quadro enxuto e, quem sabe, competente para um funcionamento eficiente da administração. Aí é só fazer a limpeza, extinguindo todos os cargos supérfluos de uma vez por todas. A senhora prefeita pode fazer isso sem criar problemas políticos, sem desagradar os aliados, sobretudo os nobres vereadores, responsáveis por grande parte das indicações de servidores comissionados. Não precisa demitir ninguém. Basta declarar os cargos supérfluos extintos quando vagarem. Isso significa que o servidor pode ficar lá até se aposentar, pedir demissão ou morrer. Ocorrendo uma dessas situações, o cargo estará automaticamente extinto. Isso já foi feito em vários estados e municípios, com sucesso. É claro que dentre futuros demitidos de agora existem muitos que são necessários e devem ser conservados. Nem tanto os ocupantes, mas os cargos. Por isso se faz necessário um estudo completo do universo de funcionários do município. Mas para fazer uma coisa dessas a prefeita tem que aproveitar o começo do mandato, quando está com toda a garra e força. Caso deixe passar o tempo, logo estará de mãos atadas e tudo vai para o brejo. A doutora Anabel sabe muito bem que em matéria de moralização não existe meio termo, assim como não existe meia gravidez. 


Busca



Enquete

Adiquirindo resultado parcial. Por favor aguarde...


Todos os direitos reservados