Política

Paulo Afonso - Bahia - 10/09/2014

Negromonte nega ligação com esquema de propinas denunciado na Petrobras

porLilian Machado
Divulgação

Alvo de novas denúncias divulgadas pela revista Veja desse final de semana, dessa vez sendo relacionado a um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, durante a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Mário Negromonte, negou ontem qualquer participação em atos de irregularidades referentes à instituição.

Através de comunicado enviado à imprensa, o ex-deputado federal, que pediu recentemente afastamento da Câmara para assumir a cadeira no Tribunal de Contas, rebateu a implicação do seu nome na denúncia feita pela revista e repercutida em todos os veículos de comunicação do país.

Ele e demais políticos do PP, PT e PMDB, segundo depoimento de Costa, teriam sido favorecidos em contratos da instituição com outras empresas.

“Nego de forma veementemente a prática de qualquer ato ilícito durante a minha vida publica. Exerci seis mandatos e não respondo a processo algum. Nunca recebi nenhuma vantagem ou me beneficiei de qualquer esquema como o noticiado por aquela Revista. A citação do meu nome por aquela revista, certamente é porque fui líder por quatro vezes no meu ex-partido e ministro, o que talvez tenha contrariado interesses”, disse Negromonte.

O progressista justificou a suposta motivação do ex-diretor da Petrobras para a delação. “O ex-diretor optou pela delação para reduzir sua pena de mais ou menos 50 anos, mas para que sejam aceitas pela justiça, as suas declarações têm que ser comprovadas. Até porque, as suas declarações foram sigilosas e estão sob segredo de justiça”, frisou, em tom de contestação.

Ao descartar a sua participação, Negromonte também associou as questões que chamaram a atenção da imprensa e do meio político nos últimos dias, aos interesses eleitorais. “Num momento político como este, onde falta menos de um mês para as eleições, é preciso cuidado com a interpretação de informações sem comprovação, sob pena de comprometermos a democracia pela qual tanto lutamos e que conseguimos conquistar com muito trabalho”, afirmou.

O ex-ministro do governo Dilma Rousseff (PT) foi indicado pelo governador Jaques Wagner (PT) para o posto de conselheiro, sendo aprovado em votação pelos deputados na Assembleia Legislativa, onde atua como parlamentar estadual o seu filho Mário Negromonte Jr. (PP).

Recentemente o líder progressista foi citado pelo deputado federal Luiz Argolo, ex-progressista como a pessoa que o apresentou ao doleiro Alberto Youssef, acusado de liderar um esquema de corrupção de R$ 10 bilhões. 

Defesa

Presidente do PP no estado, o deputado federal e candidato a vice na chapa de Rui Costa (PT), João Leão, acusou o ex-dirigente da Petrobras de ter “atirado pra todo o lado a fim de se salvar de uma pena maior”. “Ele não tem escrúpulos, pois fazer o que está fazendo. É o tipo de pessoa que faz qualquer coisa para se livrar de um problema”, disparou.

Entretanto, Leão afirmou que a forma com que as campanhas são financiadas dá margem para essas interpretações. “Não existe partido político grande que não receba dinheiro de empresa, senão não tem como fazer campanha. Infelizmente é o modelo político que precisa mudar. Tem que haver reforma”, defendeu.

O presidente do PP também fez referências ao processo eleitoral e criticou o “aproveitamento” opositores. “Agora a oposição se aproveita para jogar merda no ventilador, mas é preciso saber que o DEM, PSDB foram citados em mensalões”, afirmou.

Leão ainda citou o “mensalão de Brasília”, do ex-governador José Roberto de Arruda. “Foi filmado recebendo pacote e ainda tinha vários deputados baianos do DEM e não deu em nada,” frisou, citando também a falta de punição.


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