As recordações das dificuldades de 2012 ainda estão vivas na memória dos agricultores que tiram da terra o sustentáculo para sobreviver no meio rural de PaulO Afonso. Na região centenas de famílias prepararam a terra para plantar no início do ano passado e o que viram foram os açudes secarem, o gado morrer de fome nas terras vizinhas e a paisagem insistir em evitar o verde,
Apesar da fé e esperança de que o céu podia oferecer a resposta que estava esperando há tanto tempo, o ano de 2013 só reforçou o cenário seco e a angústia que só a estiagem é capaz de proporcionar. Os agricultores não viram nascer quase nada do chão.
“Perdi praticamente tudo. Mais uma vez. Porque no ano passado foi do mesmo jeito. Plantei milho, fava, feijão, mas não teve como nem retirar o que gastei para plantar. Só uma parte de todo o roçado foi que deu alguma coisa, mas nada que desse para vender. O que saiu, coloquei dentro de casa, porque nem para dar ao gado eu pude. Tive que comprar ração com o dinheiro da minha aposentadoria, se não todos iam morrer de fome”, testemunhou um agricultor da região do Juá, que teme um 2014 também seco.