Algumas regiões do país estão sob ameaça de ficar sem combustível no fim deste ano. Para evitar o desabastecimento, o governo federal começou a traçar um plano de emergência que envolve a ampliação da capacidade de transporte e de armazenamento. As reuniões tiveram início em outubro, com técnicos do Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo, Petrobras e representantes das distribuidoras e dos produtores de etanol. "Há uma grande preocupação com o curto prazo. O governo já sabe que será preciso um forte ajuste entre Petrobras e distribuidoras para que não ocorram problemas no fim do ano", diz Antônio de Pádua Rodrigues, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), em entrevista a Folha de São Paulo. Segundo avaliação do grupo, as regiões mais ameaçadas são o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste, além de Minas e Rio Grande do Sul. A perspectiva de colapso se deve ao consumo recorde de gasolina, a falta de capacidade interna de produção e a problemas de infraestrutura de armazenagem e distribuição. Para acompanhar a alta da demanda interna, a Petrobras importa cada vez mais gasolina. Até setembro, foram 2,4 bilhões de litros, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura. A Petrobras também se empenha para produzir mais gasolina e amenizar o problema. Na apresentação dos resultados do terceiro trimestre, afirmou que suas refinarias já atingiram 98% da capacidade. O Sindicom (Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis), que tem assento nas reuniões com o governo federal, informou que o plano de contingência deverá ampliar o número de caminhões e a capacidade dos tanques de armazenagem. Os encontros entre governo e o setor serão permanentes até o fim do ano.