Há em Glória um célebre bordão no qual se diz que a política é dinâmica. E bota dinamismo nisso. O bloco antes sólido começa a se despetalar de forma irreversível e a causa é a de sempre. O poder com todos seus acenos e vantagens. Nildo do PT queria no fundo ser o vice prefeito, mas o nome sacramentado deve ser o do democrata Nido de Dotor. A verdade é que Nildo, o do PT, não ia mesmo conseguir esse alvará do coletivo, porque foi sempre visto como um estranho no ninho sem a lealdade ou a história suficiente para compor a alta cúpula dos progressistas dominada de fio a pavio pelo deputado federal Mário Negromonte (PP).
No primeiro momento, Nildo engoliu a indicação de Anginho, mas agora, Nido de Dotor é demais. O fato é que Nildo foi sendo fritado em fogo lento e já se especula que ele estaria pensando em não concorrer à reeleição em 2012. Talvez Nildo esteja usando a tática da desistência para gerar um movimento em torno do seu nome, caso contrário o rompimento passará a ser real e a sangria inevitável. O movimento até agora não decolou, mas a essa altura os caciques do PP provavelmente não queiram Nildo nem pintado em ouro. Esta armado o cenário para a querela.
A preço de hoje o PT é o principal entrave na candidatura de Enavilma, o mesmo PT que deu a vitória a prefeita na disputa com Policarpo. Como tudo indica que não haverá consenso, na pior das hipóteses cerca de 70% dos membros do PT cairá fatalmente nos braços de outra candidatura, possivelmente a de Vavá Ferraz, com quem tem empatia. Não dá mais nem pra disfarçar nem pra remendar. O girassol desfolhou-se e pétalas amarelas cobrem um cenário que antes era de paz e união.
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