Política

Paulo Afonso (BA) - 06/05/2011

Abandonada pelo governo do Estado BA 210 virou alvo de brigas políticas, sem manutenção e cuidados

Bob Charles DRT/Ba 3.913
Divulgação

Não é nenhum exagero afirmar que a BA 210 (de responsabilidade do Governo do Estado da Bahia) está em péssimas condições de trafegabilidade. A rodovia liga os municípios de Paulo Afonso, desde a fronteira com Sergipe, passando pelo Xingozinho, Malhada Grande, Rio do Sal, prejudicando a piscicultura, o artesanato e o turismo. Entra em Paulo Afonso, ligando o BTN e bairros vizinhos ao centro (Isto mesmo, a equivocada avenida é uma rodovia "BA" do estado), cruza os municípios de Rodelas, Abaré, Macururé e dá acesso a Curaçá e Juazeiro.

Somente o município de Glória, da esposa do ministro e mãe do deputado Estadual, recebeu o asfalto. Atualmente, a 210 é isso: uma rodovia sem cuidados. O percurso de Paulo Afonso a Rodelas em condições normais, antes era feito num prazo de 50 minutos e agora é feito em 3 horas e meia, segundo o carreteiro Gilmar Teixeira. No lugar de asfalto, buracos e crateras se multiplicam em toda extensão da Rodovia. Em alguns pontos são tantas as valetas, que a velocidade é reduzida a quase 20 km por hora, prato cheio para os constantes assaltos. A sorte do pauloafonsino é que ele tem na fronteira os estados de Pernambuco e Alagoas como vizinhos, que oferecem boas estradas para se chegar a Juazeiro (BA) via Petrolina (PE).

Sofrimento semelhante passa os que precisam se deslocar de Paulo Afonso para a capital sergipana, Aracaju, que apesar de ser um estado vizinho precisam entrar em Alagoas para depois chegar a Sergipe.  Ao participar de uma das reuniões da Associação dos prefeitos do Sertão Baiano (APSB), em Abaré, o prefeito de Paulo Afonso, Anilton Bastos, detalhou o transtorno a que estão submetidos todos que precisam trafegar pela BA-210, opinião apoiada por vários prefeitos da região, especialmente o presidente da instituição Carlinhos Sobral, prefeito de Coronel João Sá. Na ocasião, o prefeito Anilton Bastos destacou: "é necessário que o governador do Estado, por intermédio da administração da Secretaria de Infraestrutura, eleja esta obra como prioritária".

Órfão de pai e mãe na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, já que o eleitor pauloafonsino preferiu não eleger os políticos tradicionais, optando pela aposta no novo e em candidatos da base lulista; o município agora se recente da ausência de legítimos representantes nas esferas estadual e federal. O governador Wagner, em seu segundo mandato e que teve uma votação recorde na cidade, definitivamente tirou do mapa da Bahia esta região. Afeito a promessas miraculosas, ele enfeitiçou a população ao anunciar em plena praça publica a implantação de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Paulo Afonso. Nada. A menos de 30 dias das eleições de 2008, nova promessa. Desta vez, foi a assinatura da ordem de serviço para ampliação e reforma do Terminal Rodoviário de Paulo Afonso. Outro fiasco, sem falar do abandono às escolas estaduais.

Em contrapartida a Prefeitura de Paulo Afonso parece crer na célebre frase da Oração de Francisco "é dando que se recebe". O Município que já é refém do Governo Federal, alimentando com uma preciosidade infalível, bancando maior parte ou totalidade, diversos programas desta esfera (PSFs, CRAS, Creas, CAPS, BAPA, CEO, PETI, entre outras siglas), ainda abre as porteiras para o Governo do "venha a nós e vosso reino nada", ao disponibilizar diversos servidores municipais para órgãos do Estado, custeia combustível e manutenção às viaturas das polícias e cuida de Rodovias BA e BR dentro do município. A cidade é uma das poucas no Brasil que mantêm o preço de R$ 1,0 por cada refeição servida no restaurante popular. O Governo Federal investiu o equivalente a três meses de funcionamento e o Governo Anilton Bastos, sem alarde, gasta cerca de 90 mil mensais para manter, sozinho, alimentadas, mil pessoas diariamente. Isso é fato. Parafraseando o comentarista político J. Matos: "Paulo Afonso sempre se virou sozinho; será que precisa se sujeitar aos caprichos dos lulistas"?

Os milhares de turistas que chegam à cidade neste final de semana para participar do Moto Energia, a exemplo dos 2 últimos anos, vão encontrar uma cidade limpa, organizada, gente hospitaleira, boa comida, praias, tudo que depende do município na mais perfeita ordem.  Porém, vai ser impossível não perceber a BA - 210 e a BR 110 com a ponte metálica danificada, de responsabilidade do Governo do Estado e Federal sem manutenção e cuidados. Políticos ligados aos governistas ainda colocam culpa no prefeito. E aí? AGORA TEM, TEM, TEM ...

 

 


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