́Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria? (Nm 23:19, versão ARC)
Coloco essas frases para ressaltar o poder do NÃO, sempre que necessário, o qual precisa ser dado, no âmbito da administração pública com argumentos sólidos e com
todo o respeito, evitando posteriores situações lastimáveis, como as quais atualmente (como munícipes de Paulo Afonso) estamos convivendo e vivenciando. É absolutamente vexaminoso que a gestão da Secretaria Municipal de Saúde de Paulo Afonso, com recursos da ordem de quase 160 milhões de reais por ano (quase 30 % do orçamento anual do Município) chegue, ao mês de outubro (ou seja, faltando dois meses para o término da finalização do exercício financeiro do presente ano), sem orçamento, sendo necessários remanejamentos para ́ ́tentar garantir``(sic) o pagamento dos funcionários. Tal fato, acima mencionado demonstra o absoluto descalabro financeiro e administrativo associado a gestão da Saúde em nossa cidade, que pode trazer sérias consequências para os respectivos gestores (atual prefeito e atual secretário municipal de Saúde, por mais que a situação venha se agravando nos últimos anos), conforme estabelecido no artigo 35 do regimento interno da Câmara de Vereadores de nossa cidade...
Daí concluo o seguinte, com quatro simples aforismos que seguem abaixo ( até considerando que tenho amigos e pessoas queridas dentro da atual gestão da PMPA, por
mais que eu mesmo tenha tido um posicionamento político inequívoco, público e de oposição a essa mesma gestão):
SE a imediata anterior gestão da prefeitura (associada ao ex-prefeito Dr. Luiz de Deus) tivesse dito NÃO aos equivocados argumentos trazidos pela Chesf na histórica audiência pública do dia 12/11/2019 (em relação a qual eu participei como, então, recém- empossado coordenador do Colegiado de Medicina da Univasf Campus Paulo Afonso,
defendendo, como sempre, já naquela época, a urgente transformação do HNAS em Hospital Universitário de Paulo Afonso-Ebserh), seguramente a economia de recursos vinculados a PMPA nesses quase quatro anos de gestão plena do HNAS por parte do município (de 2021 até os dias atuais) seria de cerca de 160 milhões de reais (uma média, por baixo de 40 milhões de reais por ano)- por coincidência o orçamento de um ano da SMS; recursos, os quais, poderiam ser investidos na melhor estruturação das Unidades Básicas de Saúde, dos Centros de Especialidades e em uma série de outras questões vinculadas à saúde em nossa cidade...
SE a gestão atual e a imediatamente anterior tivessem se modernizado durante os últimos anos, com a digitalização de todos os processos e procedimentos
administrativos dizendo NÃO a burocracia associada a impressão de papeis, trazendo, consequentemente redução de custos e maior transparência às licitações, dentre outros processos...
SE as pessoas associadas a essas duas gestões que tiveram atuações abaixo da média (em todos os sentidos), tivessem sido prontamente afastadas, NÃO sendo mantidas nas
suas funções... E SE, mais recentemente, a prefeitura municipal de Paulo Afonso, em sua atual gestão, tivesse obedecido o justíssimo NÃO dado pelo MM Juiz de Direito, Dr. Claudio Pantoja, o qual tentou suspender, de maneira absolutamente correta, a realização da Copa Vela 2024 (devido à falta de insumos associados a área da Saúde, dentre outras justificativas, conforme mencionado por nós mesmos em reportagem nesse site no dia 02/09/2024) a economia de recursos (só vinculada a contratação de artistas nababescos e que nada contribuíram com a cidade, como o ilustre Wesley Safadão) teria sido, por baixo, de mais de 4 milhões de reais...
SEGURAMENTE o rombo vinculado a atual gestão seria muito, muito menor, o que possibilitaria uma transição mais tranquila para o próximo gestor do município (Prefeito Eleito Mário Galinho) e maior tranquilidade para os munícipes, especialmente àqueles que estão vinculados a PMPA (como funcionários e seus
dependentes) nesse final de ano e quadriênio. Ou seja, se os NÃOS tivessem sido dados nos momentos corretos, pelos respectivos gestores, teríamos um cenário
melhor em relação a gestão pública de nossa cidade...
Coube a Câmara de Vereadores, que vem sendo brilhantemente conduzida pelo Ver. Zé de Abel e cuja bancada de oposição vem sendo magistralmente conduzida pelo Ver. Jean
Roubert, dizer, no último dia 30/10, um rotundo, justo e sonoro NÃO aos projetos (sem grandes justificativas) trazidos pelo executivo, visando o remanejamento de recursos de outras pastas (que também vem com dificuldades) para as áreas da Saúde e da Educação. De maneira brilhante e unânime, os edis aprovaram a convocação do Exmo. Sr. Prefeito Marcondes Francisco para a sessão da próxima segunda-feira (04/11) e sinceramente espero que essa convocação seja uma luz ao fim do túnel, sendo
construídas, de maneira conjunta, transparente e honesta, as soluções, após as devidas explicações por parte do gestor máximo de Paulo Afonso e de seus auxiliares para essa dificílima situação atualmente vivenciada por nosso município na área da Saúde (com iminente risco de colapso nessa importantíssima área nos próximos dias, no âmbito da atenção terciária)...Por fim, sempre que necessário, NÃO é NÃO (seja na vida privada, seja na administração pública)...
O Dr. Sydney Leão é atualmente Médico Patologista, Professor Assistente I (Efetivo) do Colegiado de Medicina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
Campus Paulo Afonso/BA (desde 2018) e Professor Assistente III de Patologia e Medicina Legal do Curso de Medicina da Universidade Tiradentes em Aracaju/SE (desde 2018). Tem atuação institucional como Conselheiro Fiscal Suplente da Sociedade Médica de Sergipe (triênio em curso 2023-2026), Coordenador do Grupo 3 do Fórum de Ensino de Patologia da Sociedade Brasileira de Patologia (FEP-SBP) (desde 04/2023), Ex-coordenador do Colegiado de Medicina da Univasf- Campus Paulo Afonso/BA (11/2019-10/2023), Ex-membro titular do Conselho Universitário da UNIVASF (11/2019-10/2023), Ex-membro suplente do Conselho de Curadores da UNIVASF (2019) e Ex-presidente da Assoc. de Patologistas do Estado de São Paulo (APESP) (09/2019-02/2023).
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