Política

Paulo Afonso - Bahia - 12/05/2024

Mães-solo na vida pública: “A maternidade é um amor inexplicável que nos dá segurança e noção de coletivo”, diz Evinha

Painel com conteúdo Assessoria Parlamentar/Evinha Oliveira.
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PAULO AFONSO- A experiência de criar um outro ser é única, mas as cobranças para que a mulher responda às expectavas da sociedade, são coletivas. É natural achar que a mulher deve ser responsável pela vida do nascimento até o fim, ao passo que, de certa forma, aos pais, a depender da circunstância, o abandono do filho é relativizado.

Quer por escolha, fatalidade ou até o famoso “dedo podre para afetos”, parte dessas mães, na alegria e na tristeza seguem enfrentando a vida ao lado dos filhos sozinha, segundo o Datafolha, 55% das mães brasileiras. “A maioria das mães brasileiras é solteira, viúva ou divorciada (55% do total), enquanto 45% vivem com um companheiro ou companheira”, diz reportagem da Folha de São Paulo.

Foi nesse contexto que, em 2020, Evinha Oliveria (Solidariedade), mãe-solo de Bernardo, 9 anos, disputou uma vaga para a Câmara Municipal, e desde então, tem sido um farol para mulheres que desejam se tornar independentes economicamente por meio do empreendedorismo, isto, sendo como tantas outras, mãe solo e cuidadora. É comum ouvi-la dizer: “Eu sou mãe, eu sei”.

Eva é viúva e mãe-solo desde que  Bernardo era bebê com apenas 11 meses.

Em regra, a jornada de uma mãe solo é tripla. “Graças a Deus eu tenho uma família que me apoia, mas eu falo em nome daquelas que não têm, que, além do cuidado com filhos e pais, têm ainda que conciliar o trabalho doméstico e sem remuneração. Então quando a gente fala de mulher no meio político não pode esquecer que nós temos obrigações que parte dos homens não têm. E nós recebemos cobranças sobre as quais eles nunca vão precisar responder”, pontua Evinha.

A maternidade como apoio fundamental

O expediente de Evinha começa mais cedo entre os colegas, por volta das 7h40. As horas a mais é porque ela precisa garantir que o filho vá à escola. Assim como a maioria absoluta das mulheres cuja responsabilidade do bem-estar das crianças e idosos recai sobre elas. A política do cuidado se tornou seu fio condutor. Por exemplo: Eva dedicou parte desses três anos na promoção de mulheres empreendedoras: “Porque são elas em boa parte dos lares os arrimos da família. Me coloco no lugar delas, como alguém que precisou ressignificar o luto pela perda do meu marido e buscar condições psicológicas e econômicas para chefiar a minha família, nesse relacionamento fechado com meu filho, que me ocupa em tudo, e é a minha fortaleza para seguir em frente.”

Por tudo isso, se a pesquisa do Data Folha fosse aplicada em Paulo Afonso surpreenderia com o resultado, não restam dúvidas que parte considerada das pré-candidatas a vereadora são mães-solo.

A julgar pela capacidade de foco, a responsabilidade que enfrentam todos os dias – sem romantizar porque é muito difícil- à medida que ganham espaços políticos elas não decepcionam.

As mães-solo já trazem da sua vivência muitas carências que enxergam facilmente na sociedade e procuram políticas públicas adequadas para tentar amenizá-las. No mês das mães fica a dica: quem cuida precisa também ser cuidado.

 

 

 


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