Política

Paulo Afonso - Bahia - 12/12/2023

Representantes do restaurante popular e da cozinha comunitária negam, mas Vereador Keko do Benone confirma que no cardápio só tem ovo frito

por Washington Luís
Divulgação

Prepostos do restaurante popular, programa da rede de segurança alimentar da Prefeitura de Paulo Afonso, insistiram na afirmação de que ovo frito é apenas uma das duas opções do cardápio do almoço. Ao ser entrevistado por um repórter que cometeu o erro de não ouvir o povo, o coordenador do declarou: “Aqui, todos os dias tem carne”! A mesma frase foi dita por uma nutricionista duas semanas depois.

A afirmação aumentou a insatisfação dos frequentadores, e alguns nunca mais voltaram lá. Afinal de contas, em qualquer casa de família, por mais simples que seja, tem feijão com arroz e ovo frito.

Indignados, muitos usuários do serviço que nasceu 2007 com a finalidade de servir refeição de qualidade nutricional a preço acessível, reafirmam que há alguns meses, a única opção é um MINI-PF, com uma concha de feijão, uma de arroz, uma colher de repolho e um ovo estrelado. Verdade seja dita, o preço continua acessível, mas não se pode dizer o mesmo do valor nutricional.

É de cortar o coração ver o triste semblante da funcionária que vende as fichas no balcão de entrada do restaurante, ao anunciar: "Gente, a mistura de hoje é ovo"!

O senhor Francisco de Assis, morador do bairro Prainha, frequenta o restaurante desde a inauguração e diz que não se sente mais saciado com a pequena quantidade e a péssima qualidade da comida servida atualmente. "Depois que dona Clara saiu da Secretaria, nada mais prestou. Aquela mulher tem um jeito especial de tratar as pessoas", diz. Para complementar o almoço, ele leva frutas, isso porque até a sobremesa foi cortada e o copo de suco que ainda acompanha o prato é feito com água natural.

Na cozinha comunitária do bairro Benone Rezende, o cardápio é exatamente igual, afinal, os dois programas são administrados pela mesma empresa. Até o vereador Keko do Benone afirma ter ido pessoalmente averiguar a denúncia dos usuários e constatou a veracidade.

"Quando surgiram as reclamações eu fui lá e constatei que era verdade. Depois fui até a casa do prefeito Luiz de Deus, que ainda não tinha se afastado, relatei a situação e ele determinou que a dívida com a empresa Lemos Passos, no valor de R$ um milhão e quinhentos mil, fosse paga. Após o pagamento, o cardápio voltou ao normal,  mas depois desandou de novo, e quem continua sofrendo é a população", diz. 

Estranho é que a empresa prestadora do serviço, mesmo sem condição de ofertar um cardápio decente, pelo fato de não estar recebendo os pagamentos da Prefeitura, continue acobertando o calote, e seus funcionários dizendo que tudo está normal.



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