No que depender do deputado federal e ex-vice-governador da Bahia, João Leão (PP), Lula não terá moleza no Congresso. Presidente estadual do PP, partido que tradicionalmente integra a base governista (apoiou os governos Lula, Dilma e Bolsonaro), o parlamentar tem feito duros questionamentos às escolhas feitas pela atual gestão, antes mesmo da posse em 1º de janeiro. Em 2023, a legenda liberou os filiados para decidirem apoiar ou não o governo.
Após romper com o PT na Bahia e se eleger deputado, Leão passou a atacar tanto a postura de Lula quanto suas principais escolhas na área econômica. Em novembro, o pepista já havia criticado a PEC da Transição. “Um governo que gasta mais do que arrecada não é de esquerda e nem de direita. É incompetente mesmo”, disse, e afirmou que Lula não conseguiria cumprir as promessas de campanha diante do Orçamento disponível. “Pelo orçamento que ele prometeu, não dá para fazer. A não ser que ele deixe o país no buraco, tomando dinheiro emprestado. O Brasil hoje tem uma dívida total de R$ 7,3 trilhões”, avaliou.
Na semana passada, Leão criticou o foco dado pelo governo à disputa entre a esquerda e a direita, e voltou a criticar a política econômica. “O governo não pode atrapalhar o Brasil. Eu quando fui prefeito em Lauro de Freitas, eu tinha um slogan que dizia o seguinte: ‘O governo que gasta mais do que arrecada não é de esquerda nem de direita, é incompetente mesmo’. Então, nós precisamos realmente ter uma linha de ação, uma linha. O governo precisa mostrar a sua linha de ação qual é. Então, em síntese, é isso”, disse.
Aliado do prefeito de Salvador Bruno Reis (União Brasil) e do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), João Leão deixou o grupo liderado pelo PT com vistas às eleições estaduais de 2022. Seu filho, o ex-deputado federal Cacá Leão (PP), foi candidato a senador na chapa de Neto, que concorreu ao governo do Estado. Agora, João Leão promete manter-se ao lado de Bruno nas eleições municipais do próximo ano.