Política

Paulo Afonso - Bahia - 12/05/2022

Moradores do Senhor do Bonfim cobram explicação sobre paralisação de obra de revitalização do Lago Siriema

Por Washington Luís
Foto: Divulgação

Insatisfeitos com o que chamam de "pouca atenção” do Poder Público, e cansados de ouvir promessas que, na maioria das vezes não são cumpridas, moradores dos bairros Senhor do Bonfim, Dom Mário Zanetta, Tropical e Centenário cobram uma explicação para a paralisação da obra de revitalização do Lago Siriema, iniciada em 2020 e abandonada poucos meses depois, sem nenhuma justificativa.  

O catador de materiais recicláveis, Antônio da Silva, residente no local há cinco anos, se diz preocupado com os problemas que afetam sua família e seus vizinhos. Segundo ele, as promessas de revitalização do lago e urbanização do local não passaram de estratégias de campanha política.

“Prometeram limpar tudo, fazer uma praça, iluminar, plantar árvores, depois a obra parou e ninguém explicou a razão. E nós continuamos à espera dos benefícios que prometeram, mas até agora não apareceu ninguém para explicar”, disse. 

Procurado pela reportagem, o secretário de Meio Ambiente, Ivaldo Sales júnior explicou que a execução da obra é de total responsabilidade do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, sem contrapartida da Gestão Municipal. Após a aprovação do projeto, o CBHSF realizou a licitação e a empresa G O S Florestal, vencedora do pleito, iniciou os procedimentos, mas em seguida, interrompeu a obra, por questões burocráticas. Segundo ele, o pagamento pela primeira etapa dos serviços não foi efetuado porque o relatório apresentado não coincidiu com a medição feita antes do início dos trabalhos.

Ivaldo Sales Júnior ressaltou que a retomada dos trabalhos, agora depende de uma nova negociação entre as partes interessadas, porém, a aproximação das eleições pode dificultar. 

Mas seu Antônio ainda pondera. Para ele, toda a movimentação que aconteceu em 2020 não passou de uma estratégia política. Passada a eleição, todas as obras foram esquecidas, e com certeza devem recomeçar com o início de uma nova campanha.

“Eles só aparecem nas casas dos pobres quando chega a época da campanha, e depois somem. Este ano, com certeza, vai começar tudo de novo ”, desabafa.

Aprovado em 2019, o projeto ‘Paulo Afonso Verdes Lagos’, previa a revitalização do lago, além da construção de uma moderna orla dotada de infraestrutura para atender a todas as comunidades da área. O projeto também previa a ampliação do viveiro municipal de mudas nativas de médio e grande porte e plantas ornamentais, aumentando a capacidade, que na época era de aproximadamente 100 mil mudas por ano. O viveiro ganharia novos módulos de acordo com a necessidade de produção.

Com a ação de responsabilidade do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), o lago, que sempre serviu para receber o escoamento de águas pluviais e contribuir para o equilíbrio térmico da região, inicialmente passou por serviços de limpeza com a remoção de baronesas, lixo doméstico e entulhos. A promessa era resolver uma parte significativa da poluição dos lagos em Paulo Afonso. 

Com um valor estimado em $774.937,80, custeado pelo CBHSF, a obra tinha prazo de conclusão de 14 meses, sendo 12 meses para execução dos trabalhos, a contar a partir da data de emissão da ordem de serviço.

Quase dois anos depois, os moradores da área que seria beneficiada dizem que os problemas, além de não terem sido resolvidos, ainda se agravaram, uma vez que a remoção da lama e o consequente aprofundamento do lago provocaram o surgimento de focos de insetos, mosquitos transmissores de doenças e o acúmulo de plantas aquáticas. Nas bordas que seriam pavimentadas, iluminadas e transformadas em orla, nasceram diversas espécies de árvores, dando lugar a um matagal que abriga em seu habitat animais peçonhentos, como cobras, escorpiões e aranhas caranguejeiras.

 



 


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