A sessão ordinária da Câmara Municipal de Glória, ocorrida nesta manhã, poderia engrossar o caldo para o governo, se o prefeito David Cavalcanti (PP), não tivesse vantagem absoluta com nove vereadores – se for considerada a oposição ‘mamão com açúcar’ de Dorginval Araújo (PV) – contra os dois soldados da oposição.
Contudo, em Glória, há um entendimento que o Legislativo precisa atuar com alguma credibilidade junto aos munícipes, se posicionando não como extensão do Poder Executivo. O prefeito sabe que precisa explicar e negociar os projetos. Sem contar que o presidente da Câmara, Gilmar Pereira (PP), preza muito a amizade com os colegas de oposição, com quem mantêm raro entendimento.
Contas da prefeita Ena Vilma aprovadas por 9x2
Porém, a matemática para assuntos sérios, deixa Cavalcanti tranquilo. Com uma vantagem dessas, e se considerar que o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), aprovou as contas da ex-prefeita Ena Vilma (PP), de 2015, com ressalvas, mas sem nada grave, a Câmara não faria diferente, eis que foram aprovadas por um largo placar de 9x2. A votação é secreta e supõe-se que Valério José (PT) e Alex Almeida (PDT), tenham garantido o contradito.
A diminuição no subsídio do prefeito, vice e secretários
Aqui a buraco já foi mais embaixo, porque a oposição tinha uma emenda, Alex Almeida insistiu que 10% deveria ser a baixa total nos subsídios. E não apenas no do prefeito e vice, mas que os secretários também tivessem o mesmo corte. Sendo que para o secretariado a faca só diminuiu 5%.
Em relação ao salário dos vereadores, estes ficaram com rendimento líquido de R$ 4 mil, se baixar mais é melhor mandar embora.
Em Glória, não tem verba de gabinete, é este aí para atender tudo. Para se medir a diferença com Paulo Afonso, por exemplo – onde o repasse para o Legislativo passa dos R$ 7 milhões-, lá é apenas de R$ 110 mil, por mês, pouco mais de R$ 1,3 milhão por ano, e digo: quiséramos nós que os vereadores daqui trabalhassem como os de lá.
Paulo Gomes (PP), líder do governo, não quis papo, lembrou a orientação do prefeito para que o projeto fosse votado como saiu do executivo e assim foi. Por 7x2, a partir do próximo mês, David receberá pouco mais de R$17,6 mil – valor bruto.
Os demais
O vice-prefeito José Nilson (PP), cujo salário era de R$ 8 mil, fica com R$ 7, 2 mil e os secretários que ganhavam R$ 7 mil, passarão à quantia de R$ 6,2 mil. Nestes valores não estão considerados os descontos.
O montante total economizado com essa diminuição é de R$ 71 mil por ano, e serão repassados para a merenda escolar do município.