Política

Paulo Afonso - Bahia - 15/01/2015

Bebeto denuncia Petrobrás de querer lotear contratos para grupos estrangeiros

agravo.blog.com.br
Divulgação
Deputado Adalberto Souza Galvão (Bebeto Galvão) criticou gestão da Petrobras.
Deputado Adalberto Souza Galvão (Bebeto Galvão) criticou gestão da Petrobras.

O deputado federal Bebeto Galvão (PSB) ficou estarrecido com a decisão da Petrobras de publicar um edital de licitação para contratar blocos para a construção dos equipamentos da indústria naval no país através de grupos estrangeiros, proibindo a participação de empresas brasileiras nos serviços.

Bebeto, que é presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial (SINTEPAV) e secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Construção, avalia que essa postura configura um verdadeiro “tiro no pé” e um espancamento sem precedentes ao processo de reconstrução do setor industrial naval do Brasil, iniciado pelo ex-presidente Lula, que permitiu ao país uma escala de crescimento, garantindo possibilidades para a melhora da indústria nacional, com a reformulação dos modelos de contratação, de forma que garantiu o fortalecimento do conteúdo nacional.

O processo de desenvolver indústrias nacionais busca criar tecnologias que permitem o retorno do investimento para a sociedade. A partir da tecnologia o país se torna mais independente economicamente e as empresas ficam mais sólidas e competitivas. O processo contrário gera empresas "ocas", responsáveis apenas por montar e distribuir tecnologia estrangeira, sem qualquer retorno para o país e tornando a nação mais vulnerável a intempéries conjunturais.

A retirada das empresas brasileiras dos editais vai contra ao objetivo de criar empresas competitivas e geradoras de tecnologias, portanto, é desfavorável aos interesses do país. A indústria internacional que não incorpora tecnologia espolia a sociedade e só atende ao interesse de poucos. É necessário tempo para criação de tecnologia e o impedimento de empresas nacionais corta o aprendizado, o que inviabiliza o "learning by doing" e a competitividade, forçando o país a se manter dependente de tecnologia estrangeira e reforçando o paradigma de país produtor de commodities, enfraquecendo as cadeias produtivas de tecnologia mais alta.

Galvão denuncia ainda que “essa medida desastrosa pode representar a demissão de cerca de 100 mil trabalhadores em todo o país e o início de um caos sócio econômico gigantesco.” É preciso iniciar um processo de mobilização com diversos sindicatos para protestar contra a decisão da Petrobras e, caso a situação não seja revertida, promover uma greve da classe trabalhadora em todas as atividades da Petrobras no território brasileiro. Para se ter uma ideia, cerca de 300 mil trabalhadores terceirizados atuam a serviço da estatal e deste montante 80 mil trabalhadores estão na indústria naval.


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