Hoje voltamos a um tema do qual nos ocupamos no ano passado, nesta mesma época. O mundo inteiro está enfeitado, as ruas e casas ornamentadas com milhões de luzes coloridas e as lojas exibindo em suas vitrines a figura do Papai Noel. Em todas as latitudes as crianças cuidam de dormir mais cedo, ansiando acordar no dia seguinte com muitos presentes sob a cama ou a rede, deixados pelo Santa Claus, o verdadeiro nome do velhinho que viaja num trenó puxado por uma parelha de renas. Engraçado é como o Papai Noel tornou-se símbolo maior do Natal, quando deveria ser mero coadjuvante.
O presépio, aquele arranjo que mostra o menino Jesus recém-nascido na manjedoura, praticamente foi alijado da festa e sumiu das decorações natalinas. O mercantilismo sequioso transformou o Natal numa imensa fonte de lucros, tornando-o o maior instrumento de vendas em todos os anos. Ora, 25 de dezembro é a data do nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus feito homem, enviado pelo pai para livrar a humanidade do pecado.
É ele o verdadeiro dono da festa. Já é hora de a Santa Madre Igreja colocar as coisas no lugar certo, repondo o filho de José e Maria no topo do pódio. Precisa ensinar às crianças que no dia do aniversário quem merece todas as homenagens é o aniversariante. O brinquedo e outros mimos são entregues pelo Papai Noel, apenas como portador de um regalo enviado pelo nataliciante. São, talvez, retribuição ao bom comportamento e por cumprirem com os seus deveres de cristãos. Um presente de Jesus, no dia do seu aniversario. Não é necessário usar o cartão vermelho e expulsar o bom velhinho da festa. Basta colocá-lo no seu verdadeiro lugar de emissário do verdadeiro dono dela. O papa Francisco bem que poderia incluir no seu trabalho de renovação da Igreja a tarefa de tornar o Natal na festa de aniversário de Jesus Cristo, o verdadeiro protagonista, sem prejuízo da presença do Papai Noel, que não tem culpa de ser usado como instrumento de propaganda do consumismo pelo mundo inteiro. É hora de chamar o aniversariante para sua festa, a mais importante do mundo cristão, hoje transformada em um evento de mercancia mundana.