Nos últimos anos virou febre em Paulo Afonso a propaganda sonora, viabilizada pelo mau uso dos carros de som. Se no centro da cidade esse tipo de propaganda já causa aborrecimento, nos bairros incomoda muito mais. Costumeiramente esquecidas, são bem lembradas por estes “propagandeiros” barulhentos. Nem à noite o pauloafonsino tem sossego, bares localizados no centro da cidade, ultrapassam todos os limites de paciencia dos que moram nas proximidades. O cinegrafista José Carlos Ferreira da Silva que mora em um apartamento na Avenida Getúlio Vargas, é testemunho visual e auditivo deste abuso.
Diversos estudos já indicam que a emissão excessiva destes ruídos ocasiona malefícios à saúde humana, provocando distúrbios mentais e físicos. A redução da capacidade de comunicação e de memorização, perda ou diminuição da audição e do sono, além de problemas neurológicos são apenas alguns exemplos. E mais: a própria emissão exagerada de sons, ou ruídos ocasiona perturbação à segurança viária, ao sossego público e agride o meio ambiente, lesando o interesse coletivo e difuso de um trânsito seguro e da qualidade de vida.
Todos os dias, carros de som circulam pelo centro e bairros com gravações aos gritos, como se não bastasse à amplificação do som, a promover todo tipo de evento (às vezes da própria prefeitura) e fazendo propagandas diversas, com o nível do som altíssimo, muito acima do aceitável. Usualmente de péssimo gosto.
Existem três meios para sanar este problema. O primeiro, conscientizando o promotor de evento ou empresário lojista de que o som que perturba e irrita, não o ajuda a vender, pois ao invés de ouvir o conteúdo da propaganda as pessoas ficam indignadas ante tão descavida falta de respeito, forçadas a parar de conversar para aguardar o “amaldiçoado” carro de som passar.
O segundo é o poder público municipal, com a autoridade que lhe é atribuída, fiscalizar e punir os excessos. Por certo existe norma para este tipo de propaganda, mas têm-se a impressão de que tudo é permitido.
O terceiro e provavelmente melhor meio, seja o próprio povo passar a boicotar os eventos e ou lojistas que endossam esta modalidade de poluição sonora. A postura de não comprar o serviço de quem perturba e desacata talvez seja o melhor e mais eficiente modo de se opor a esse tipo de exagero. O cidadão consciente deve expressar um sonoro NÃO a quem lhe falta com afabilidade. Poluição sonora não combina com Paulo Afonso. O lojista Chico da Rio Malhas sugere que a prefeitura delimite uma área proibindo a passagem desses veiculos. Ele propõe que pelo menos as ruas do centro sejam enquadradas nessa proposta. "Se a prefeitura determinar a turma obedece. Porque eles não mantêm o som alto nas proximidades do Fórum, do 20º BPM e do Exercício? questiona outro lojista.