Até depois do Carnaval, os debates em torno do nome que vai compor a última vaga na majoritária do PT, encabeçada pelo secretário da Casa Civil, Rui Costa, prometem esquentar. Quem acreditava que o PP e o PDT eram os únicos partidos a disputar a indicação de vice-governador se surpreendeu com a entrada do PCdoB no processo.
A vaga de vice virou um sonho a ser alcançado e agora uma terceira via é colocada em discussão – com uma mulher na ponta. A deputada federal Alice Portugal foi alçada pelo partido no mesmo patamar que o pepista Mário Negromonte e o pedetista Marcelo Nilo, que travam uma corrida pela indicação.
Ao afirmar que fica extremamente lisonjeada por estar figurando entre os nomes que são considerados para compor a chapa majoritária que é coordenada pelo governador Jaques Wagner”, pontuou, com discurso para lá de afinado que:
“As mulheres são mais de 52% do eleitorado, são a maioria da população, estão em todos os espaços políticos, disputando presença. Aqui na Bahia, teremos uma chapa dirigida por uma mulher, com uma mulher concorrendo ao Senado. No entanto, não estaremos nessa chapa. Não seria o caso da nossa coalizão, que muda a Bahia, ter uma mulher?”.
Porém, os também concorrentes para a vaga, os deputados Marcelo Nilo (estadual) e Mário Negromonte (federal), em contato com a reportagem, reafirmam que a questão já foi externada pelo governador e que a vaga deve ficar com o PDT ou o PP. “Eu acho que, em uma altura dessas, colocar outro partido [para disputar a vice] é mais um problema interno, mas o PCdoB tem direito de reivindicar. E tanto faz se for homem ou mulher, não existe discriminação, o importante é observar as condições objetivas para ser candidato, como densidade eleitoral e força política. Não creio [que o PCdoB seja a terceira via]. O governador vai escolher aquele que tiver melhores condições”, diz Nilo.
Já o federal Mário Negromonte afirma que não vai ser o PP, PDT ou o PCdoB que vai decidir, quem vai decidir é o governador. Se a presença de uma mulher reforçaria a chapa do PT, o pepista diz que a decisão não se trata de mulher, mas sim de um partido que tenha um conjunto de fatores, como densidade eleitoral”