Não é preciso ser especialista para definir Paulo Afonso como uma das mais bonitas do estado com gente hospitaleira, receptiva e trabalhadora, mas também é inegável a afirmação de que a terra da energia aparece bem no cenário quando o assunto é pontos de vendas de drogas. Numa conta rasteira são mais de cem pontos espalhados entre a ilha e o bairro Tancredo Neves.
Essa afirmativa ganhou manchetes em quase todos os órgãos de comunicação. A estupefação dos números e a repercussão do momento geraram algumas ações pontuais das autoridades, mas de lá pra cá, ao invés das coisas terem melhorado, na questão do tráfico e consumo de drogas, piorou. Para agravar a situação, quase todos os homicídios registrados este ano em Paulo Afonso, estão associados à droga.
Os grandes traficantes continuam agindo sem serem molestados, a polícia só consegue prender a raia miúda, a justiça já soltou os elementos mais destacados e as famílias, num percentual absurdo para uma cidade do interior, estão se desmoronando, por não estarem preparadas para conviver com o drama de ter um usuário de drogas em casa.
Ações elogiáveis aqui e ali, como é o caso do CAPS mantido pela Prefeitura através da secretaria de saúde, e algum ato isolado desencadeado por alguma instituição religiosa, não conseguem, sequer, evitar o aumento no número de jovens que são seduzidos pela ilusão das drogas. A necessária ação do governo federal, ainda não chegou por aqui, ficou só intenção e na propaganda, as pessoas estão começando a fraquejar e a perder as esperanças e, se continuarmos nesta mesma pisada, vamos perder essa guerra para os traficantes.