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Paulo Afonso <> Bahia - 29/08/2013

Padre deixa Igreja após engravidar a namorada de 22 anos

Interiordabahia
Divulgação
Padre Gerônimo Moreira conheceu Emília Carneiro em 2007
Padre Gerônimo Moreira conheceu Emília Carneiro em 2007

Seis anos depois de ter sido ordenado padre, Gerônimo Moreira, de 33 anos, decidiu renunciar o ministério sacerdotal. O pároco, que reside em Nova Fátima e atua em três municípios da região, pertence à Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Ele comunicou a decisão aos fiéis no último domingo (25).
Na origem da decisão, segundo o sacerdote, está o amor por uma jovem de 22 anos com quem se envolveu e quebrou o voto do celibato. A jovem e o padre estabeleceram uma forte amizade desde 2007, motivo que levou o padre a apresentar nesta segunda-feira (26) ao bispo da diocese de Serrinha, Dom Ottorino Assolari, o pedido de dispensa dos deveres do Estado clerical.
Em nota pública postada em um site de relacionamento, o religioso anunciou que a jovem está grávida e que vai assumir a paternidade. "Com o tempo fui observando que na nossa amizade tinha algo a mais: o amor, mas sempre procuramos deixá-lo só no nível da amizade, pois dizia que, se por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter o celibato deixaria antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas por ironia do destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente e hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade”, declarou em nota.
Ainda em nota, o padre pediu perdão aos fiéis e diz que aguarda a autorização do papa Francisco para casar-se na igreja e participar dignamente da Sagrada Comunhão.

 

Veja a carta

"Caros fiéis da Diocese de Serrinha, especialmente os da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a que me foi confiado, venho por meio desta comunicar a todos uma decisão que tomo na minha vida. Desde 2001 quando decidi entrar no Seminário para ser padre, sempre tive consciência da grande responsabilidade e as exigências para quem se propõe a tal missão. A minha decisão foi uma atitude de fé. Senti-me chamado para servir ao Reino, ajudar as pessoas, de forma total, consagrando a minha vida como padre. Foi uma decisão livre.
Muitas pessoas me apoiaram, outras me criticaram, inclusive dentro da minha própria família. Tinha consciência que para ser padre era necessário renunciar a vida familiar e viver o celibato. O que procurei fazer durante este tempo, mesmo diante de todas as dificuldades.
Em 2007, na época que fiz pastoral aqui, conheci Emília Carneiro e sempre tive um grande carinho por ela e a nossa amizade foi cada vez mais crescendo e se fortalecendo. A minha vinda para a Paróquia favoreceu ainda mais este crescimento. Com o tempo fui observando que na nossa amizade tinha algo a mais: O AMOR, mas sempre procuramos deixá-lo só no nível da amizade, pois dizia que, se por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter o celibato deixaria antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas por ironia do destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente e hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade.
Como padre não pode assumir a vida familiar conforme a norma atual da Igreja, a partir de amanhã, dia 26 de agosto não exercerei mais o Ministério Sacerdotal. Reconheço o meu erro de ter deixado acontecer a gravidez antes de me afastar do Sacerdócio, por isso peço perdão a todos vocês e vos peço que não deixem que esta minha postura venha afetar a fé de vocês.
Quero lembrar que cometi um pecado e não um crime. Sei que muitas pessoas não compreenderão e me condenarão. Outras usarão deste fato para criticar a Igreja e os outros padres, mas sei também que as pessoas de fé não se deixarão abater, pela minha escolha ou pelo meu erro e continuarão a sua caminhada lembrando-se de tudo que procurei ensinar como padre, assim como pede a Igreja.
Neste último dia como padre, quero pedir perdão a todas as pessoas que magoei com minhas palavras ou gesto ríspidos. De forma especial as lideranças das pastorais e comunidades. Quero pedir perdão ao nosso Bispo Dom Ottorino por não ser fiel à minha vocação e à sua confiança e lhe agradecer por ter me acolhido com paternidade neste momento da minha vida.
Continuarei vivendo todos os valores da fé cristã, agora na família, ajudando a Igreja naquilo que for possível, enquanto aguardo a autorização do papa para que eu possa casar na Igreja e assim poder participar dignamente da Sagrada Comunhão. Peço a todos que rezem por nós.


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