Política

Paulo Afonso (BA) - 30/07/2013

“Mais Médicos”: Luiz de Deus diz que a saúde da população mais carente ficará nas mãos de médicos com pouca experiência

ASCOM deputado Luiz de Deus (Democratas)
Divulgação

Em entrevista ao programa Palavra Aberta, da TV Câmara, o deputado federal Luiz de Deus (DEM-BA) voltou a afirmar que, em sua opinião, não faltam médicos no país, mas sim uma distribuição destes profissionais pelo território brasileiro. “São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília possuem elevado número de médicos por habitante, enquanto cidades do Pará e do Amazonas não têm um médico sequer”, argumentou o parlamentar.

O programa convidou o parlamentar baiano, que é médico cirurgião, para discutir a medida provisória conhecida por “Mais Médicos”, que visa trazer profissionais estrangeiros para o país e estender a duração do curso de medicina para oito anos.

“A primeira pergunta a ser feita deveria ser: faltam médicos no Brasil? Se faltam médicos, eu acho que foi um erro imperdoável deste governo atual e dos anteriores, que não souberam sequer fazer um planejamento de quantos médicos o país precisaria para poder formá-los”, disse Luiz de Deus.

Para o deputado, a solução do problema estaria no aumento de investimentos para melhorar as condições de habitação e de trabalho nas pequenas cidades, além de salários mais atrativos.

 “Mais da metade dos municípios brasileiros tem menos de 30 mil habitantes e não possuem condições de habitação, saneamento básico, água encanada, escolas de qualidade para os filhos dos médicos”, declarou o democrata.

Luiz de Deus também combateu o argumento de que há médicos ganhando muito bem em cidades do interior. “Há que diga que tem prefeito pagando R$ 30 mil por mês ao médico, é verdade, mas, normalmente, ele paga o primeiro mês, o segundo, no terceiro para de pagar e o médico vai embora”, disse.

O parlamentar também discorda da iniciativa de aumentar o tempo do curso de medicina de seis para oito anos, para que médicos recém-formados recebam bolsa para trabalhar pelo SUS. “Eu acho que a população que carece de serviço médico de qualidade vai ficar nas mãos de médicos recém-formados que não terão alguém com mais experiência a quem apelar. Então, a medicina ofertada a essa população será de péssima qualidade”, concluiu.


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