Os moradores do Distrito de Barragem Leste e dos povoados Moxotó, Porto da Barra e São Sebastião, pertencentes ao município de Delmiro Gouveia, iniciaram um protesto na manhã desta segunda-feira (8) em frente a entrada da Usina Apolônio Sales, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). O grupo, que obstruiu a passagem do local desde as 5h30 da manhã, busca ter de volta o acesso livre pela usina, cujo caminho leva à cidade baiana de Paulo Afonso e encurta o trecho em pelo menos 18 quilômetros.
A medida tomada pela Chesf, de suspender o trânsito pelo local, foi realizada há mais de vinte dias, pegando os moradores de surpresa. A empresa publicou uma instrução interna limitando o tráfego de veículos na barragem móvel, inclusive para o transporte coletivo e para os ônibus escolares.
Segundo Sandro do Valha, um dos membros da comissão do movimento, os moradores da Barragem Leste sempre foram a Paulo Afonso utilizando o acesso pela usina e não entende o porquê desta limitação. “Sempre tivemos o trânsito livre, que é permitido através de um controle de cartão de acesso, mas que era disponibilizado seguindo algumas normas; mas agora tornaram o local inacessível, e até algumas famílias, que possuíam outros cartões, foi limitado a um, como o meu caso. Queremos que a Chesf se posicione porque não entendemos o porquê desta medida. Estamos no aguardo de uma conversa com a administração regional”, disse Sandro.
Presente à manifestação, o Presidente da Câmara Municipal de Delmiro Gouveia, vereador Cacau Correia, ressaltou que a Casa Legislativa enviou requerimento à diretoria da Chesf solicitando “concessão de trânsito livre a transeuntes e automóveis na Barragem Móvel da Usina Apolônio Sales”. De acordo com Cacau, a diretoria ainda não se manifestou sobre o assunto, mas a Câmara cobra um parecer. “Aprovamos um requerimento há cerca de 20 dias mostrando a diretoria da Chesf o sentimento dos legítimos representantes do povo, os vereadores. Porém, extraoficialmente, no mesmo dia em que o mesmo foi apreciado pela Câmara Municipal, fiz conhecimento a diretoria da Chesf, e até agora não obtive nenhuma resposta. Espero que a Chesf se sensibilize com a situação dos moradores, inclusive com o transporte escolar, porque os alunos que estudam em Paulo Afonso estão chegando atrasados. Há mais de 30 anos que a população trafega neste local e nunca houve nenhum registro de ocorrências, seja dos pedestres, seja de veículos. Solicitamos que a empresa se manifeste com relação a este assunto”, falou o vereador.
A manifestação acontece de forma pacífica, com os veículos obstruindo a passagem e os manifestantes expondo cartazes. Segundo Sandro, o protesto só terminará após a Chesf negociar com a comissão.
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