A médica Virgínia Helena Soares de Souza, acusada de induzir a morte de pacientes em uma UTI de Curitiba (PR), afirmou neste domingo (9) em entrevista ao programa Fantástico, da "TV Globo", que é inocente e que "apenas exerceu a medicina".
"Eu nunca abreviei a vida de ninguém. Eu só exerci a medicina, exatamente como tem que ser", disse. "Inocente ou culpado, depende de você agir errado e com má fé. Eu exerci a medicina."
Questionada sobre como achava que era vista pelos brasileiros, a médica respondeu que como "demônio".
Em relação às escutas telefônicas em que aparece dizendo, em tom debochado, que gostaria de "desentulhar" a UTI, a médica afirma que o "desabafo foi uma infelicidade, porque o número de pedidos de vagas é extremamente alto".
Virgínia foi chefe da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba por sete anos. Desde que foi presa, em fevereiro, a médica foi afastada de suas funções no hospital e, hoje, permanece reclusa em casa a espera de julgamento.
Ela e outras sete pessoas do hospital são acusados por sete homicídios, em um processo que corre sob sigilo. Outras 334 mortes ocorridas de 2006 a 2013 estão sob investigação do Ministério Público.