O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Elmar Nascimento (PR), levantou um questionamento pertinente em discurso ontem na tribuna da Casa ao dizer que o governo do estado não tem prestígio com o governo federal por conta dos recursos que virão da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2.
"Enquanto o Diário Oficial do Estado comemora o direcionamento de apenas R$ 543 milhões para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) na Bahia, o estado de Pernambuco abocanhou R$ 1,7 bilhão do mesmo programa. Esse é o reflexo de um governo desprestigiado, que gasta mais do que arrecada e vai muito mal, tanto no interior quanto na capital".
O deputado até poderia estar exagerando, mas vale questionar mesmo. Ora, além de a Bahia ser um estado enorme demograficamente, o governador Jaques Wagner é amigo da presidente Dilma Rousseff. Esta é inclusive uma bandeira incansável dos petistas nas campanhas.
Foi neste sentido o discurso de Wagner em 2006, que também é amigo do então presidente Lula e foi assim com Dilma em 2010. Foi por aí também o discurso de Nelson Pelegrino no ano passado na disputa pela prefeitura de Salvador. Pelegrino, amigo de Wagner, de Lula e de Dilma. Ele não teve o mesmo êxito do governador.
Pernambuco, estado muito menor do que a Bahia e com um governador que pode ser adversário na campanha de reeleição da presidente Dilma no ano que vem, foi contemplado com o triplo do valor destinado à Bahia pelo PAC 2.
De fato, foi "falta de prestígio", como questionou o deputado Elmar Nascimento, ou falta de planejamento para elaborar projetos e apresentá-los ao governo da presidente amiga Dilma Rousseff? Perguntar não ofende.
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