O advento da especulação provocou uma reviravolta no setor imobiliário de Paulo Afonso, inflacionando valores de compra, venda e aluguel de imóveis. Nos últimos anos inúmeras casas e terrenos foram aos poucos sendo adquiridos por um pequeno número de empresários locais, com a finalidade de transformar esses espaços em grandes centros comerciais e escritórios destinados para empresas ou residencias mesmo. A compra de imóveis para fins especulativos tem se tornado uma prática rotineira na cidade de Paulo. "É puro negócio".
Com o final das obras do complexo hidrelétrico da CHESF e as bondades do programa Minha Casa Minha Vida, se esperava que os preços de imóveis iriam despencar, ledo engano. a atividade especulativa se tornou um excelente negócio. Aqui em Paulo Afonso tem gente que se especializou na profisssão, especialmente que lida com o setor de imobiliário. Quem esta em busca de uma casa para lugar no centro, por exemplo, as notícias não são boas. Como não há que regulamente o mercado imobiliário, os preços dos aluguéis são praticados de acôrdo a posição social do freguês.
A Prefeitura calcula que Paulo Afonso tenha um déficit habitacional relativamente alto. A opção oferecida para aquisição de casa própria para os trabalhadores que ganham menos é prejudicada pelos altos preços dos imóveis em Paulo Afonso. "Se a pessoa quiser comprar uma casa pelo programa 'Minha Casa, Minha Vida' terá que comprovar para a Caixa Econômica Federal que tem uma renda entre R$ 3.500,00 a R$ 4 mil para adquirir um imóvel de aproximadamente R$ 140 mil e pagar um percentual, de pelo menos, R$ 25 mil de entrada. "Sabe-se que a maior parte da população de Paulo Afonso ganha bem menos que isso".
Em 2013 as prefeituras das cidades vão elaborar o Plano Diretor, que definirá pelos próximos anos o desenvolvimento da cidade e o seu projeto de urbanização. Por lei, o plano diretor tem que ser desenvolvido com ampla participação de toda a população. Temos que nos mobilizar para garantir que nós, trabalhadores e trabalhadoras não sejamos engolidos por megaempreendimentos que só irá gerar lucro para grandes empresas ao invés de melhorar o espaço urbano. A mobilização e a luta são as únicas formas de garantirmos um novo modelo de cidade em que os interesses sociais seja o norte de seu desenvolvimento.