Polícia

Paulo Afonso - Bahia - - 24/12/2012

Lei Seca não é aplicada em Paulo Afonso

Agência de Notícias de Paulo Afonso (ANPA) Por Luiz Brito DRT/Ba 3.913
Foto Reprodução ilustrativa

"Fala, parceiro, posso estacionar aqui? Só vou ali beber uma cervejinha e já volto", pergunta o jovem ao frentista ao entrar em um posto de gasolina que oferece bebidas alcoólicas. Essa frase resume bem a conduta do motorista quando o assunto é o respeito à Lei Seca.

As novas regras que endurecem a lei seca e começaram a vigorar na ultima sexta-feira (21) devem acabar com a brecha usada por muitos motoristas para fugir de punição.

Em Paulo Afonso ainda não foi possível vislumbrar a ação da polícia nesse aspecto, que tem se limitado a realizar blitz no cento da cidade. Para um advogado que pediu a proteção do anonimato, recusar o bafômetro não vai mais impedir o processo criminal, mas há críticas à "subjetividade" do texto.

Segundo ele, a lei aumenta o poder da autoridade policial de dizer quem está embriagado e, para defensores da tolerência zero ao volante, a norma transfere aos tribunais a tarefa de interpretar cada caso, dando margem para que motoristas alcoolizados escapem da Justiça.

Oito meses depois de sancionada a Lei  que caça quem bebe e dirige, muita gente ainda ignora a polícia nas ruas e prefere correr o risco de ser pego. Nos finais de semana em Paulo Afonso onde o movimento da boemia é grande é possível encontrar vários motoristas que não têm o menor pudor em beber por horas e depois assumir o volante. Alguns chegam até a entrar no carro com garrafas de cerveja.

Para mostrar os exemplos do desrespeito, não é preciso procurar muito. Postos de gasolina, bares e casas noturnas ficam lotados de gente que bebe antes de dirigir. No centro de Paulo Afonso, em plena quarta-feira é fácil ver os abusos. O site flagrou um grupo de motociclistas bebendo por várias horas num posto. No início da madrugada, cada um subiu em sua moto e foi embora. Animado, um grupo de amigos bebe várias garrafas de cerveja e vai para um canto do posto. Um funcionário do posto garante que a situação se repete quase todos os dias, mas o forte é sempre nos finais de semana. "Eles bebem, falam alto, arrumam brigas e saem dirigindo sem nenhum problema. A polícia nunca aparece", afirma. Não adianta fazer blitzes apenas no fim de semana e, além disso, privilegiar o centro da cidade. Existem pessoas que bebem e dirigem por toda a cidade.Para que a lei tenha credibilidade, ela precisa de boa aplicação e cumprimento.
A mudança no Código Brasileiro de Trânsito sancionada sem vetos na quinta-feira (20) pela presidente Dilma Rousseff possibilita que vídeos, relatos, testemunhas e outras provas sejam considerados válidos contra os motoristas embriagados. Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$ 957,70 para R$ 1.915,40. Esse valor é dobrado caso o motorista seja reincidente em um ano.

 


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