Por conta da seca excessiva que atinge o município, criadores de Jeremoabo pedem o adiamento da campanha de vacinação, realizada pela Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia (Seagri), através da Agência de Defesa Agropecuária (Adab), antecipada para este mês.
Os agropecuaristas reclamam que o rebanho está muito fraco e muitos animais poderão morrer durante o manejo ou até mesmo pela reação da própria vacina.
Para o gerente Hamilton Costa da Fazenda Novo Horizonte, o ideal é que a campanha fosse suspensa até que a situação se normalizasse. "Os animais estão muito fracos e quando forem reunidos, os mais fracos vão acabar morrendo pisoteados e muitos sequer vão aguentar sair do "tronco" (passagem estreita utilizada para enfileirar e mobilizar os animais a serem vacinados). Deveríamos nos unir e ninguém vacinar para ver se o governo vai multar a todos em R$ 50 reais por cabeça não vacinada".
Muitos fazendeiros têm procurado o escritório da Adab relatando as mesmas dificuldades.
De acordo com o veterinário Marcelo Sampaio nem a Adab e nem o Governo do Estado tem o poder de mudar o calendário proposto pelo Ministério da Agricultura. Caso a Bahia deixe de cumprir as determinações do órgão federal poderá perder o status de Zona Livre da Febre Aftosa, o que seria um prejuízo lastimável para a pecuária baiana. O governo entende a situação dos pecuaristas em toda área atingida pela seca e busca uma solução junto ao Ministério da Agricultura.
O município de Jeremoabo tem um rebanho bovino estimado em mais de 65 mil cabeças. De acordo com as primeiras previsões, pelo menos 10% já foi dizimado em função da estiagem. A situação não é diferente nos demais municípios da região.