Esta definição foi dada pelo comando da Polícia Militar baiana, na palavra do coronel Alfredo Castro. Em comunicado sobre o que foi conseguido pelos policiais nestes 11 dias de paralização, salientou que o obtido 'não é ainda o ideal, mas é o real mais palpável no momento', referindo-se aos valores em acordo anunciados por parte da administração estadual.
Assim, a greve da Polícia Militar da Bahia chega pouco a pouco ao fim, pois não há mais condições de engajar uma maior atitude ao movimento. A tropa demonstra insatisfação com os resultados, mas a questão da imagem que ficou após as ultimas revelações e o jogo duro final do governo a partir de ontem, colocam o retorno ao trabalho como um ponto decidido. Em 15 cidades do interior a atitude grevista já cessou por completo.
Durante os dias de paralização, o numero de assassinatos na Bahia cresceu em 178%. Os prejuízos estimados no comércio mostram R$ 400 milhões de prejuízos em um levantamento preliminar.
O ministro da Justiça, José Roberto Cardozo, voltou a confirmar que tropas da Força Nacional serão enviadas para a Bahia e o Rio, ou qualquer outro estado onde as possíveis greves e movimentos policiais possam alterar o bem estar e a ordem no Carnaval.
Para que se tenha uma evidência da importância econômica e turística do Carnaval da Bahia, nos últimos quatro anos o incremento foi de 25% no volume de negócios gerados pela festa em Salvador, enquanto a previsão inicial neste ano era para R$ 750 milhões movimentados. Mesmo com os problemas ainda gerados pela greve da Polícia Militar, Carlos Paiva, superintendente de Promoção Cultural da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, admite que a paralisação não tenha maior efeito no movimento esperado.
"São pessoas que se planejam um ano inteiro para participar da festa e têm um vínculo forte com a celebração, isto não se quebra muito facilmente. Sabemos que o impacto existe, mas será pequeno", garantiu durante o seminário "O Carnaval de Salvador como Plataforma de Negócios", realizado pela Amcham-Salvador.
Já no Rio de Janeiro, onde o governo federal também colocou a Força Nacional de Segurança à disposição do estado - embora a requisição não tenha sido efetivada até hoje à tarde - mais de 100 policiais já foram inidiciados e 58 foram presos.