De acordo com a polícia, Sânia e o marido, Alessander Leal, tramaram a morte do vereador- que seria o "voto de Minerva" em um pedido de cassação contra a chefe do Executivo municipal por uma série de irregularidades- desde falta de licitação para a compra de merenda escolar e combustível até o remanejamento, sem autorização da Câmara, de R$ 7 milhões.
O pedido de cassação dependia de uma mudança no regimento da Câmara- que proíbe a cassação do chefe do Executivo municipal. O regimento seria alterado no dia 1 de agosto, mas faltou luz no plenário do legislativo municipal- e a votação foi suspensa para o dia 8. Luiz Ferreira foi executado três dias antes.
Horas antes de ser morto por 11 tiros, Luiz Ferreira anunciou em uma rádio, na cidade de Maribondo, que se lançaria à Prefeitura de Anadia. Sânia Tereza era candidata à reeleição e é investigada ou citada por corrupção em 11 órgãos- entre eles Ministério Público Estadual e Federal.
O crime foi executado pelo primo de Sânia, o cabo da Polícia Militar Cláudio Magalhães da Silva. O pai da prefeita, Breno Barros, foi preso, por porte ilegal de arma.
"Estamos investigando se ele cometeu o crime sozinho ou em parceria com outra pessoa", disse o secretário de Defesa Social, coronel Dário César.
"Não toleramos situações desta maneira. Alagoas tem um passado de crimes de mando- antes na peixeira e hoje no uso da bala. Estamos combatendo esta prática com todo o rigor", disse César.