Um grande exemplo de amor ao próximo e dedicação pelo ofício passou despercebido pelos meios de comunicação de Paulo Afonso, que de vez em quando ignoram os princípios éticos, se aproveitando do poder que exercem sobre a opinião pública e promovem verdadeiros festivais de infâmias ou no mínimo informações distorcidas, sem dar a mínima importância às consequências negativas da atitude ante profissional de seus autores. Às vezes a disputa desleal por alguns pontinhos a mais na audiência termina em ações judiciais ou em vergonhosos bate bocas através de microfones ou de páginas da internet, veículos que deveriam servir tão somente para deixar o público a par dos últimos acontecimentos de sua cidade, levando em conta que é este público (ouvintes ou internautas) o principal responsável pela manutenção destes veículos de comunicação.
O episódio aconteceu há cerca de dois anos, mas merece um registro especial. Ao cumprir escala de serviço no Posto de Comando de Trânsito na entrada da Ilha de Paulo Afonso, o agente de trânsito Jorge Alan foi pego de surpresa pelo destino, se tornando protagonista de uma cena que jamais imaginara, até porque nada do que aconteceu naquela noite faz parte das atribuições normais de um agente de trânsito, que diga - se de passagem, até pouco tempo sequer tinha poder para notificar um motorista infrator.
Ainda emocionado, mesmo já tendo se passado dois anos e os atores deste inesquecível drama da vida real nunca mais terem se encontrado, Jorge Alan descreveu a cena que jamais sairá de sua mente: -"Não lembro exatamente a data, mas me recordo de cada minuto daquela noite do ano de 2009. Eu estava de serviço no PCTRAN, quando parou um carro que vinha da Zona Rural. O motorista veio até mim e me pediu que chamasse o SAMU para atender a uma senhora que segundo ele, parecia estar entrando em trabalho de parto. Quando abri a porta do carro fiquei surpreso ao perceber que a criança já tinha começado a nascer. Imediatamente acionei o SAMU, mas quando a ambulância chegou, eu já estava ajudando a moça a dar a luz. Foi uma experiência única porque em toda minha vida eu jamais tinha vivido uma situação semelhante, mas graças a Deus e com a orientação do médico plantonista, que pelo celular me passou todos os procedimentos a serem seguidos, tudo terminou bem. O médico chegou logo em seguida, cortou o cordão umbilical e mãe e filha foram levadas para o hospital sãs e salvas. O outro momento de grande emoção para mim foi quando, no dia seguinte visitei as duas e ouvi palavras de agradecimento daquela moça simples e feliz. Depois daquele dia nunca mais a vi, mas sou eternamente grato a Deus por ter me dado a oportunidade de ajudar a trazer uma criança ao mundo e ao mesmo tempo salvar aquelas duas vidas preciosas", concluiu o agente, com lágrimas nos olhos por não conseguir conter a emoção.
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