"Balança mais não cai". Foi assim que vários parlamentares, na Câmara e no Senado, analisaram a situação dos quatros ministros da região Nordeste cujas pastas estão na mira do Congresso Nacional em decorrência de denúncias de irregularidades praticadas por seus assessores. Um deles - o baiano Mário Negromonte, ministro das Cidades - já foi ouvido pelos congressistas e já fortalecido da audiência pública realizada na Câmara esta semana. Outros dois - o maranhense Pedro Novais, ministro do Turismo, e o baiano Afonso Florense, ministro do Desenvolvimento Agrário - deverão ser ouvidos esta semana na Casa. Um terceiro - o maranhense Edison Lobão, ministro das Minas e Energia - escapou da sabatina. No seu lugar, foi convocado o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima. MINISTÉRIO DAS CIDADES - O ministro Mário Negromonte foi ouvido na Câmara, no último dia 10, para explicar várias denúncias, entre elas a de que no Ministério das Cidades teria sido montado um sistema de arrecadação de recursos para financiar o aparelho partidário do Partido Progressista. Empresas com contratos com o ministério teriam feito doações ao partido para financiar a campanha eleitoral de alguns candidatos. Segundo as denúncias publicada pela imprensa, o ministro teria recebido recursos de doações ocultas, aquelas que chegam ao partido que as repassa para os candidatos. Na prestação de contas à Justiça Eleitoral, no entanto, os nomes das empresas doadores não aparecem. Outra denúncia era a que o secretário Nacional de Saneamento, Leodegar Tiskoke, estaria acumulando funções com a tesouraria do Partido Progressista (PP), do qual o ministro é filiado. Negromonte esclareceu os fatos, descartou as denúncias, provou que não há acumulo de cargo, uma vez que Tiskoke está licenciado da tesouraria do partido - "portanto a sua situação é perfeitamente legal". E no final recebendo manifestação de solidadriedade da maioria dos líderes dos partidos da base aliada do governo e ainda saiu aplaudido da audiência.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - Esta semana, provavelmente na quinta-feira, 18, deverá ser ouvido pelos parlamentares o ministro Afonso Florence. O convite já foi feito pela Câmara. Pesa sobre ele várias denúncias de tráfico de influência, e irregularidades em licitações, contratos e serviços, verificadas no processo de liberação e regularização de terras. Floresce vai falar também sobre a política fundiária brasileira. O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lacerda, também foi convidado a participar da audiência pública no Congresso. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA - O ministro da Minas e Energia, Edison Lobão, foi o único do Nordeste que escapou da sabatina na Câmara. Desde julho, quando o Congresso Nacional estava em recesso, a oposição vem insistindo em ouvir o ministro. Um requerimento chegou a ser protocolado na Comissão Representativa do Congresso, pelo líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR). Contudo, na sua volta ao trabalho, o Congresso aprovou apenas a do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima - o órgão é ligado ao ministério. A oposição exige o imediato afastamento dos assessores da Agência flagrados no esquema de corrupção