Apesar disso, muitos municípios baianos sofrem com a falta de profissionais que fixem residência. Com isso, o atendimento à noite e nos finais de semana é deficiente.
Em geral, sobram vagas para estes profissionais nas unidades de saúde do interior, apesar das boas ofertas de salários. Mesmo salários de até R$ 25 mil para trabalhar três dias por semana não atraem os médicos.
A Organização Pan-Americana da Saúde avalia que o Brasil precisa de mais profissionais de saúde e que seria necessário distribuir melhor os médicos pelo país e evitar que eles deixem as pequenas cidades em busca de trabalho nos grandes centros.
Um exemplo disso é o município de Paulo Afonso, de 110 mil habitantes. O prefeito Anilton Bastos informou que a cidade conta com 92 médicos e precisa de mais 10. Ele paga cerca de R$ 10 mil no Programa Saúde da Família e ainda assim sente muita dificuldade em preencher as vagas. "A questão não é salarial e sim falta de interesse em locais fora da região metropolitana", disse.
Municípios como Glória, Rodelas, Macururé, Abaré, Santa Brígida, Pedro Alexandre e muitos outros vem também passando por grandes dificuldades em contratar médicos.
Os prefeitos defendem que o Congresso aprove o mais rápido possível a regulamentação da Emenda 29, que, segundo eles, prevê 10% do Orçamento da União para investimento em ações e programas de saúde.
"Aumentaria o valor dos repasses para os Municípios investirem em saúde preventiva", diz o presidente da UPB, prefeito de Camaçari, Luiz Caetano.