Opinião

Paulo Afonso - Bahia - 20/02/2025

O Eterno ciclo do choro e da esperança

Por: Itaíbes Paiva
Divulgação

A política é uma criatura singular. Nela, tudo se repete e, ao mesmo tempo, tudo muda. Leva e traz, ergue e derruba, faz rir e faz chorar. Mas, acima de tudo, ela mantém acesa a chama da esperança para uns e acende o lamento para outros.

Reclamar faz parte do jogo. Alguns se queixam porque não foram atendidos, outros porque perderam privilégios. Há os que comemoram a vitória e os que lamentam a derrota, mas o choro dos que perdem tem um som peculiar – é sempre o mesmo, não importa a época, o cenário ou os personagens. O lamento do derrotado atravessa gerações, ecoando ontem, hoje e daqui a cem anos, com a mesma entonação de injustiça e desamparo.

A tão falada independência política, muitas vezes, não passa de um ideal distante. O que realmente divide os grupos não são convicções, mas o acesso ao poder. De um lado, os vencedores, que governam e distribuem as cartas. Do outro, os que perderam a “mama”, aqueles que antes bebiam na fonte e agora se veem secos e sedentos, tentando encontrar um novo caminho para saciar a sede.

E assim segue o ciclo, eterno e imutável. O choro é livre, a reclamação é democrática e a esperança de voltar ao poder é uma velha companheira dos que hoje lamentam. Porque na política, a única certeza é essa: os que choram hoje podem rir amanhã e vice-versa


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