Esporte

Paulo Afonso - Bahia - 17/11/2024

Supercopa Nilson Brandão de Futebol Barricadas, Pontes e a Arte de Fazer Política

Luciano Júnior
Divulgação

Política, essa dança delicada entre os interesses do povo e os caprichos do ego, já foi comparada a muita coisa: xadrez, guerra, teatro. Mas, no sertão nordestino, onde a poeira levanta fácil e o vento espalha histórias mais rápido que notícia em rádio comunitária, política é como o futebol: ganha quem sabe jogar com o time inteiro – e, às vezes, até com o time adversário.

Vejamos, por exemplo, o político talentoso. Ele sabe que boas ideias não têm filiação partidária. Quando o adversário aparece com um projeto bem desenhado, ele dá aquele sorriso largo, abraça o plano e ainda consegue convencer o povo de que foi ele quem teve a ideia primeiro. Não é roubo, é estratégia. É como aquele atacante oportunista que aparece na pequena área para empurrar a bola para o gol e ainda sai comemorando como se tivesse driblado o time inteiro.

Já o político ruim, aquele que confunde liderança com teimosia, prefere construir barricadas ao invés de pontes. Ele não aceita ideias alheias, mesmo que sejam boas, porque isso, veja só, significaria admitir que o adversário acertou. E assim, como um zagueiro desajeitado, acaba marcando contra o próprio time. No final, nem ele avança e ainda atrapalha o jogo de todo mundo.

E é aí que entra a história da Supercopa Nilson Brandão de Futebol, um dos maiores eventos esportivos do sertão nordestino. O torneio, que já foi símbolo de esperança e oportunidade para jovens talentos, passou por um período sombrio graças a gestões que preferiram olhar para o próprio umbigo. Adversários políticos do passado, hoje enterrados no ostracismo, falharam em reconhecer o valor de algo tão querido pela comunidade. Preferiram apagar uma luz que não tinham acendido, em vez de usá-la para iluminar novos caminhos.

Agora, a nova gestão tem a chance de virar o jogo. Ao reabrir o calendário esportivo com um evento de base tão emblemático, corrige erros, resgata histórias e, sobretudo, mostra que fazer política de verdade é construir pontes, não trincheiras. Retomar a Supercopa Nilson Brandão é mais do que uma jogada estratégica – é um golaço de placa, daqueles que fazem até os adversários aplaudirem.

No fim, a política, assim como o futebol, é arte coletiva. Quem joga sozinho perde a torcida. Quem divide o campo, aproveita o talento de todos e não tem medo de reavaliar táticas, ganha algo mais valioso do que votos: o respeito de um povo que sabe reconhecer quando um político, enfim, entendeu o jogo. E que assim, no sertão e fora dele, possamos ter menos barricadas e mais gols de placa.

E faço votos que o livro do saudoso Nilson Brandão seja impresso, enfim, depois de dois anos de espera...

 

 

 

 

 

 

 


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