Economia

Paulo Afonso - Bahia - 07/11/2024

Carne, gasolina, pão francês; veja o que pode ficar mais caro com o dólar mais alto

Agência Brasil
Tânia Rêgo/Agência Brasil.

O dólar tem subido nesta quarta-feira, sendo negociado entre R$ 5,76 e R$ 5,86 no câmbio comercial, após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições americanas. O vaivém da moeda americana tem um impacto direto no bolso do consumidor brasileiro, já que interfere em uma série de preços de produtos básicos do dia a dia.

A razão é simples: diversas matérias-primas essenciais, como trigo, gás e petróleo, são importadas ou tem seus preços afetados pelas cotações internacionais, e o custo elevado do dólar encarece esses itens.

Com isso, o peso da moeda americana recai sobre uma série de itens: desde o simples pão francês, que não falta na mesa do brasileiro, até a gasolina para abastecer o carro e o preço das passagens aéreas, por exemplo. Veja alguns dos itens que podem ficar mais caros com a alta do dólar e os motivos:

Alimentos: pão francês, macarrão e biscoitos

Os alimentos são muito influenciados pela cotação do dólar porque são bens comercializáveis e com preços definidos pelo mercado global. Por isso, commodities – ou seja, uma matéria-prima com preço internacional, sujeito a oscilações do mercado – como soja, milho e trigo têm seu preço influenciado pelo dólar. Isso acaba se refletindo no preço de uma série de derivados.

O trigo, por exemplo, é um desses itens amplamente importados. O Brasil historicamente importa mais trigo do que exporta, a fim de suprir a demanda do cereal. Com o dólar mais caro, a tendência é o custo do trigo subir e isso afetar preços de produtos como pão francês, biscoitos e macarrão, que dependem do insumo.

Carnes

O preço da carne bovina depende de uma série de fatores. Dentre eles, um que mexe com o valor do produto final ao consumidor é o dólar. Isso porque a pecuária brasileira depende de insumos muitas vezes importados, como fertilizantes e rações, o que torna a carne mais cara quando o dólar sobe.

Outro fator é a dinâmica de exportações. Com a moeda americana valorizada, exportar carne se torna mais lucrativo para os produtores, o que pode reduzir a oferta no mercado interno e aumentar os preços para os consumidores brasileiros.

Gasolina

A gasolina tem seu preço atrelado ao mercado internacional de petróleo, que é cotado em dólar. Com a valorização da moeda americana, isso impacta diretamente no valor da gasolina que é distribuída e chega aos postos de combustíveis.

Transporte público

O aumento nos combustíveis reflete nos custos das empresas de transporte, que podem repassar parte desse aumento aos usuários.

Frete mais caro

A alta do dólar também impacta o custo do frete, já que o transporte de muitos produtos depende de combustíveis, como a gasolina e o diesel. Com isso, parte desse aumento no valor do frete é repassado no preço final de diversos produtos, sobretudo alimentos.

Eletrônicos, smartphones e medicamentos

O preço de diferentes produtos importados, ou cujos componentes são importados, também pode ficar mais caro com a alta do dólar. É o caso dos eletrodomésticos (como geladeiras, fogões e máquinas de lavar) que frequentemente possuem peças importadas.

 

Os eletrônicos (como smartphones, TVs, computadores e tablets) também são afetados, pois dependem de uma cadeia de produção global e insumos cotados em dólar.

 

O mesmo ocorre com produtos de higiene e limpeza (sabonetes, detergentes, itens de limpeza em geral e cosméticos), que podem utilizar matérias-primas importadas e têm custos de transporte elevados pela alta da moeda americana.

 

Medicamentos de uso comum ou específico também podem subir de preço, já que podem depender de insumos farmacêuticos vindos de fora do país.


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