No ano de 1975 a Caixa Econômica Federal criou o troféu "Taça das Bolinhas", prêmio que seria entregue ao primeiro time pentacampeão brasileiro, ou aquele que conquistasse três torneios consecutivos. Com a conquista de 1992, o Flamengo solicitou a Taça. A Caixa se negou entregar por conta da indefinição do título de 1987.
A competição brasileira de futebol de 1987 foi organizada pelo Clube dos 13 e substituiu o Brasileiro daquele ano, ganhando o nome de Copa União. Com o campeonato em curso, a Confederação Brasileira de Futebol- CBF determinou que os vencedores dos módulos verde (Flamengo e Internacional) e amarelo (Sport e Guarani) deveriam se enfrentar. O Sport foi declarado campeão e o Guarani vice porque os integrantes do módulo verde se negaram a jogar o quadrangular. O Flamengo se dizia campeão por ter vencido o Brasileiro.
A polêmica se reacendeu em 2007, quando o São Paulo foi campeão pela quinta vez. Desde então, os dois clubes têm disputado o prêmio. No final do ano passado a CBF, na tentativa de fazer uma recomposição histórica, unificou os títulos nacionais conquistados entre 1959 e 1970 como os do Brasileiro. A medida tornou Palmeiras e Santos os líderes do ranking, com oito canecos, cada, seguidos por São Paulo, com seis. O Sport/Recife foi declarado campeão de 1987. Em fevereiro/2011, o time do Morumbi recebeu, enfim, a Taça das Bolinhas da CEF, mesmo havendo uma liminar impedindo que a cerimônia fosse realizada, sob pena de multa de R$500 mil reais. A Caixa entregou o prêmio porque não foi notificada da decisão.
Quando os times, pernambucano e paulista comemoravam as conquistas inéditas e reconhecidas, o site da CBF, agora em março outorgou o título de 1987 a Sport e Flamengo. A entidade confirma que, em 1987 foram dois campeões e dois vices. Sendo que o time carioca passou também a ter seis títulos nacionais.
Com a decisão, o clube carioca passa a ser a primeira equipe pentacampeã do Campeonato Brasileiro. Com isso, o time teria direito de ficar com a Taça das Bolinhas, que foi entregue ao São Paulo em fevereiro. Logo após a entrega da Taça das Bolinhas, o juiz da 50ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou que o São Paulo devolvesse o troféu aos cofres da Caixa Econômica Federal. O São Paulo pode recorrer.
Com a decisão da CBF fica evidente que o órgão continua com decisões políticas e se afasta cada vez mais dos critérios objetivos para resolver as distorções. Não há como reconhecer dois campeões e vice-campeões, mesmo porque os campeonatos eram diversos. Vice-campeonato é consolo para quem nada, nada, nada, e morre na praia. Imagine os dois vices? A CBF está mesmo de brincadeira e não tenta moralizar o seu próprio campeonato.
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