Existem hoje em Paulo Afonso na Câmara duas mulheres vereadoras, o que é muito pouco. Não tenho muitos elementos para fazer qualquer análise sobre as suas gestões, nem é este o nosso objetivo. É necessário, contudo, neste quase início de campanha eleitoral, comemorar que as mulheres estejam se colocando no cenário e conquistando, sem dádivas ou concessões, espaços de poder.
Entenda-se que não estou a fazer coro ao mimimi feminista. a intenção é estimular que por sua própria conta e risco, como deve ser, as mulheres, assim como os homens, saiam de seus confortos domésticos, familiares, empresariais etc., para participar da política em função de sua própria performance como cidadãs e seus interesses perante a sociedade.
A novidade surge em Paulo Afonso, onde a combativa advogada Onilde Carvalho(UNIÂO) disputa a sucessão do prefeito Marcondes Francisco. Em Glória, a ex-prefeita Ena Vilma concorre também com grandes possibilidades. Portanto, a lista de mulheres prefeitas pode aumentar, vai depender do eleitorado.
Como candidatas a vice, se falou na secretária executiva da Câmara, Sra. Gorete Moreira o que me parece uma excelente alternativa.
Tornou-se comum dizer-se que vice não tem eleitor. Sinceramente, discordo. Penso que o candidato a vice tem muita importância no processo eleitoral e pode, por sua presença nos debates e na comunicação com as pessoas, ajudar muito à eleição. Pode também atrapalhar, claro.
Uma candidata a vice da estirpe da Gorete Moreira, por exemplo, seguramente impacta a campanha de modo extraordinário, à medida que, digamos, “levanta o sarrafo” alguns centímetros, obrigando os adversários, independentemente de quem sejam, a se prepararem, estudarem os problemas do município em um nível mais elevado para não serem triturados em um eventual debate.
Conhecer a economia do município, ter à mão os dados e análises das questões sociais, ter o olhar do setor privado e experiência de gestão de negócios próprios, de colaboradores etc., fazem um grande diferencial quando se compara a um oponente tirado do bolso do colete ou forjado na surdina em tramas inconfessáveis. O eleitor percebe a diferença e sabe o papel da vice prefeitura.
Não por imposição de cotas feministas, mas como expressão eloquente de que não precisa deixar de ser esposa e mãe para dirigir negócios e se projetar na vida pública.
É de mulheres assim, verdadeiramente representativas do espírito de luta e trabalho que a sociedade precisa. Nem sei se, de fato, a secretária executiva Gorete Moreira será candidata, como foi ventilado, de todo modo, que sirva de inspiração para as centenas de milhares de mulheres pauloafonsinas que até aqui tem sido ainda tímidas quanto à busca de espaço na política. Venham muitas Onildes, Goretes, Evinhas e Ledas, que cheguem com alegria e dedicação a esta cena fundamental da democracia, os eleitores aguardam ansiosos por seus nomes na urna eleitoral.
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