Dirigentes da Federação dos Urbanitários do Nordeste (Frune) se reuniram recentemente em Salvador, com o diretor-presidente da Eletrobras Chesf, João Henrique de Araújo Franklin Neto, e diretores da empresa. No encontro, representantes da categoria na Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba apresentaram demandas que, segundo eles, têm causado preocupação entre os sindicatos e trabalhadores.
Em resumo, diversos assuntos foram abordados, como o fechamento dos ambulatórios e a extinção do setor de aviação, o que já era esperado desde a retomada dos voos entre Recife, sede da ex-estatal, e Paulo Afonso, cidade baiana que abriga o famoso complexo hidroelétrico que abastece oito estados da região Nordeste.
Atualmente, a frota de aeronaves da empresa se resume a dois bimotores modelo EMB 110 – Bandeirante e três pequenos helicópteros. Porém, um dos aviões parou de voar há pelo menos trinta anos, e apenas dois dos três helicópteros ainda realizam voos eventuais para inspeção de linhas de transmissão.
De acordo com a Chesf, após a venda dos ativos, ainda sem data prevista para acontecer, essa atividade passa a ser contratada, e os três pilotos atualmente contratados serão indicados para a empresa que assumir o serviço.
O fechamento dos ambulatórios, medida que já vinha sendo anunciada pela Eletrobras, também foi destacada pela Federação como motivo de preocupação social. Embora a Chesf ressalta que existia uma sensibilidade maior em relação ao ambulatório de Paulo Afonso, a decisão de fechar todas as unidades foi inevitável, devido ao elevado custo de manutenção.
Por sua vez, a Frune defendeu a permanência dos ambulatórios, considerando que eles são vitais, não apenas para o atendimento imediato e eficaz das diversas condições de saúde, mas, além disso, como um mecanismo de prevenção e promoção de saúde, alcançando um impacto social imensurável.
Sob a ótica dos urbanitários ‘é crucial que a Eletrobras considere os impactos acarretados pelo fechamento dos ambulatórios, buscando alternativas que mantenham o acesso à saúde de qualidade a todos os beneficiados, principalmente aos ex- trabalhadores que construíram essa empresa’.
Outra preocupação exposta pelos sindicalistas na reunião foi a terceirização da atividade fim. Para eles, o grande número de trabalhadores terceirizados com salários relativamente baixos pode refletir na prestação dos serviços da empresa e nos resultados da Eletrobras.
A resposta da Chesf foi que há um entendimento da Eletrobras em reduzir a terceirização da atividade fim, sendo que a primarização irá começar pelos trabalhadores de linhas de transmissão. O modelo de contratação da Chesf foi adotado pela Eletrobrás, observando principalmente a segurança do trabalho, com a fiscalização dessas atividades, por meio de aditivos contratuais. O acordo prevê que em caso de divergência na relação trabalhista entre as empresas terceirizadas e os trabalhadores, os sindicatos comunicarão à Chesf, solicitando providências.
A entidade ressalta que as reuniões previstas nos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) têm como objetivo acompanhar o cumprimento das cláusulas estabelecidas na relação trabalhista entre as partes. Os diálogos buscam soluções conjuntas para as principais demandas da categoria.