PAULO AFONSO- Como se não bastasse em muitos casos à recusa do pai, acrescenta-se ao cotidiano das mães azuis, outro abandono: o do poder público. No caso específico do município, como ficou demonstrado na última semana, falta amparo nas secretárias de Educação, Social e de Saúde.
O fato é que o dia a dia dessas mulheres e dos seus filhos neuroatípicos quase nunca é enxergado. Foi necessária uma audiência pública, ocorrida no dia 2 de abril, para que coisas impensáveis saíssem do anonimato.
A vereadora Evinha (Solidariedade), presente à audiência, falou nesta segunda (08/abr), que “as mães atípicas demonstraram coragem”, e lamentou a forma como uma dessas mães foi atendida na Secretaria de Saúde: “Para se ter uma noção, uma mãe foi buscar o direito do filho e ouviu na secretaria que: ‘se você acha que tem direito vá à Justiça’; a gente não pode admitir que algo assim aconteça especialmente em se tratando de uma criança atípica, num lugar que deveria ser de resolução e acolhimento.”
Felizmente admitiram que há falhas e que será corrigido, acrescentou Evinha. Ainda sobre dar uma melhor estrutura a essas famílias, a vereadora informou que fará uma solicitação à prefeitura, prevendo a criação de um núcleo de apoio emocional voltado às famílias atípicas. “Um espaço para cuidar de quem cuida.”
Calendários de eventos
Evinha voltou a cobrar um calendário de eventos do município que seja efetivado, ao contrário do que ocorreu ano passando, quando a gestão até anunciou eventos esportivos – e não aconteceu. “No último calendário o evento de jiu-jitsu foi anunciado e não aconteceu apensar de ter a verba para isso.”
“Já estamos em abril e não há qualquer anúncio sobre as festas do ano. Os eventos deveriam servir para gerar renda porque a cidade está quebrada”, reforça Evinha.
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